Intoxicação por cannabis sativa: desafios relacionados à clínica de animais de companhia
Intoxicação por cannabis sativa: desafios relacionados à clínica de animais de companhia
As plantas do gênero Cannabis produzem, entre outros, uma classe de compostos químicos com relevante ação psicotrópica, os fitocanabinoides. Por este motivo ela é a droga de abuso com maior consumo mundial. A próximidade dos animais de companhia com humanos e seus aspectos comportamentais os tornam suscetiveis a exposição a essa e outras drogas. O perfil toxicologico da intoxicação por Cannabis Sativa L. está diretamente relacionada a relação da proporção entre a concentração do delta-9-tetraidrocanabinol e canabidiol na amostra ingerida. Ambos compostos químicos apresentam elevada lipossolubilidade, o que faz que tenham absorção, distribuição e metabolização ocorrerem rapidamente. Seguida a absorção, eles interagem com receptores canabinoides presente no corpo, o CB1 (que é mais presente no cérebro) é o responsável pela maior parte dos sintomas causados pelo contato, ocasionando uma maior incidencia de sintomas relacionados ao sistema nervoso central. Contudo, a interação com o CB2 (mais encontrado em outras partes do corpo) e o perfil variável dessa interação com ambos receptores pode ressultar em um efeito excitatório ou inibitório no padrão de funcionamento de diversos neurotransmissores, demandando pericia para realização do diagnóstico clínico. Este que muitas vezes é o único meio disponível para proporcionar o tratamento na velocidade requerida, já que o teste rápido disponível no mercado foi elaborado para humanos e algumas espécies animais, como o cão, podem apresentar vias alternativas de metabolização que tornam o mesmo ineficaz. O tratamento, diante da ausência de antídotos especificos, se baseia em dimuir a absorção, fornecer suporte e anular os sintomas presentes no paciente. Na ausência de afecções concomitantes o prognóstico é favorável, mas um veterinário preparado para alcançar um rápido diagnóstico e fornecer um tratamento adequado é um fator extremamente favóravel aos pacientes exposto a Cannabis sativa L. e seus derivados.
The plants of the genus Cannabis produce, among others, a class of chemical compounds with relevant psychotropic action, phytocanabinoids. For this reason hi is the drug of abuse with greater consumption worldwide. The proximity of pets to humans and their behavioral aspects make them susceptible to exposure to this and other drugs. The toxicological profile of Cannabis Sativa L. intoxication is directly related to the ratio of the concentration of delta-9-tetrahydrocannabinol to cannabidiol in the ingested sample. Both chemical compounds than high liposolubility, which causes its absorption, distribution and metabolization to occur rapidly. Following absorption, they interact with cannabinoid receptors present in the body, CB1 (which is most present in the brain) is responsible for most of the symptoms caused by contact, causing a higher incidence of central nervous system related symptoms. However, the interaction with CB2 (more commonly found in other parts of the body) and the variable profile of this interaction with both receptors that may result in an excitatory or inhibitory effect on the pattern of functioning of several neurotransmitters, requires expertise for clinical diagnosis. This is often the only means available to provide the treatment at the required time, since the rapid test available on the market has been designed for humans and some animal species, such as the dog, may present alternative metabolizing alternatives that render it ineffective . Treatment, in the absence of specific antidotes, is based on reducing absorption, providing support and voiding the symptoms present in the patient. In the absence of concomitant conditions the prognosis is favorable, but a veterinarian prepared to achieve a rapid diagnosis and provide adequate treatment is an extremely favorable factor for patients exposed to Cannabis sativa L. and its derivatives.
Dr. Souza, Fernando Wiecheteck de.
Medicina veterinária.
THC.
Canabinoides.