Aspectos da comercialização de pescado na feira municipal de Coruripe-AL

A comercialização de pescados nas pequenas cidades da região Nordeste é baseada historicamente nas feiras livres. Dentro desse contexto, o presente trabalho objetivou caracterizar a comercialização de pescados na feira livre de Coruripe (AL). Para tal, foram aplicados 24 questionários semiestruturados aos feirantes, além de observações in loco. De um total de 1.152 boxes disponíveis na feira, existem atualmente 70 boxes de venda ocupados pela venda de pescados. Os dados indicaram que os comerciantes em questão são na sua maioria: mulheres (67%), têm idade entre 40 e 59 anos, possuem baixa escolaridade, trabalham na atividade há mais de 20 anos e têm na feira sua principal fonte de renda. A ocupação de feirante tem relação direta com a herança cultural de comunidades pesqueiras. Uma ampla variedade de espécies é comercializada (peixes, crustáceos, moluscos), mas a predominância de pescados marinhos reflete a vocação para a pesca artesanal da região. A presença de peixes de água doce é sobretudo oriunda de pisciculturas locais, com destaque para as tilápias. A conservação do pescado é feita principalmente no gelo. O beneficiamento dos peixes é feito na hora, a pedido do cliente, sendo a evisceração a forma mais comum. Peixes de pequeno porte ou que restaram de feiras passadas são ofertados na forma de salga. Os moluscos são expostos já beneficiados. Apesar dos problemas atuais, os vendedores relatam uma melhoria em relação às condições encontradas no local onde antes se realizava a feira. 79% consideram o ambiente de trabalho como ótimo ou bom. Ainda assim, persiste a inadequação de alguns pontos da rotina de trabalho em relação às condutas consideradas como de boas práticas de manipulação do pescado. Entre elas, a ausência de equipamentos de proteção individual, água utilizada para manipulação do pescado em desconformidade com as normativas legais e conservação do pescado ineficiente.

The commercialization of fish in the small towns of the Northeast region is historically based in the free markets. Within this context, the present work aimed to characterize the commercialization of fish in the free fair of Coruripe (AL). For that, 24 semi-structured questionnaires were applied to the marketers, in addition to on-site observations. Of a total of 1,152 available tents at the fair, currently there are 70 ones selling fish. The data indicated that the merchants in question are mostly: women (67%), they are between 40 and 59 years old, they have low schooling, they work in the activity for more than 20 years and they have the main source of income at the fair. The occupation of the fair is directly related to the cultural heritage of fishing communities. A wide variety of species are traded (fish, crustaceans, molluscs), but the predominance of marine fish reflects the vocation for artisanal fishing in the region. The presence of freshwater fish is mainly from local fish farms, especially tilapia. Fish preservation is mainly done on ice. The beneficiation of the fish is done on time, at the client's request, and evisceration is the most common form. Small or remaining fish from past fairs are offered in the form of salting. Molluscs are offered already benefited. Despite the current problems, the sellers report an improvement over the conditions found in the place where the fair was held before. 79% consider the work environment as excellent or good. Still, it remains the inadequacy of some points of the work routine in relation to the conduct considered as good practices of fish handling. Among them, the absence of personal protective equipment, water used for handling fish in disregard of legal regulations and conservation of fish inefficient.