Percepção das mulheres acerca da vivência de parto vaginal
Percepção das mulheres acerca da vivência de parto vaginal
<rayssaduaarte@gmail.com>
A gravidez é o período na vida da mulher em que ocorrem alterações fisiológicas que garantem
um meio propício para o desenvolvimento do feto, além de ser um momento de modificações
psicológicas que geram expectativas, emoções, medos e ansiedades à gestante. Este estudo
objetivou descrever a experiência de parto normal de puérperas no município de Palmeira dos
Índios e identificar situações consoantes ao processo de humanização e/ou violência obstétrica
vivenciados por mulheres em seus partos. Trata-se de um estudo do tipo exploratório descritivo,
com abordagem qualitativa, realizado através de entrevistas guiadas por questionário
semiestruturado. A população estudada compreendeu as puérperas internadas, entre os meses
de novembro de 2018 a janeiro de 2019, na maternidade Santa Olímpia em Palmeira dos Índios,
Alagoas. No total, foram entrevistadas doze mulheres, sendo utilizado critério de saturação dos
dados para fechar o número da amostra. Os dados obtidos foram transcritos e analisados, sendo
categorizados segundo análise de conteúdo de Bardin. Identificou-se que as idades das
entrevistadas variaram entre 15 e 27 anos, e em sua maioria, apresentaram baixa escolaridade.
A partir dos resultados emergiram três categorias, sendo estas: Vivências do parto e nascimento;
Experiências na realização dos procedimentos e intervenções; e, Percepções do atendimento
recebido. Na categoria Vivências do parto e nascimento, foram apresentados os sentimentos e
percepções que envolveram as mulheres durante seu parto, sendo o medo e a dor os mais
evidentes. Sobre o contato mãe filho no momento imediato do nascimento, foi percebível que
a maioria dos bebês não foram deixados com a mãe logo após o parto, e que não foi ofertada a
alternativa do bebê ser amamentado ainda na sala de parto. Na categoria Experiências na
realização dos procedimentos e intervenções citou-se o uso dos métodos não farmacológicos
para alívio da dor ou para “aceleração” do parto da mulher. Constatou-se que todas elas
relataram desconforto extremo na realização do toque vaginal, e que, comumente, os
profissionais não pediam autorização para realizar o procedimento. Sobre a oferta de alimentos
e água, as puérperas contam que não comeram e que, para algumas delas, não houve essa oferta.
Na categoria Percepções do atendimento recebido, reuniu as falas das entrevistadas sobre como
foi esse atendimento, onde algumas relataram ter considerado que foi bom ou normal, e outras
que não se sentiram acolhidas e respeitadas. No geral, as puérperas relataram também não
conhecer o termo Violência Obstétrica e/ou não identificaram se passaram por esse tipo de
violência durante seu processo de parturição. Observou-se que ecoou nas falas, sentimentos de
solidão, de falta de orientação, de que a parturiente não foi acalentada na dor; mesmo elas não
tendo consciência de que viveram a violência obstétrica, elas tem uma experiência que
comprova isso. Por isso, é importante trazer as evidências científicas por meio de capacitações
e estudos para os profissionais das maternidades. É preciso levar em conta também que a
humanização vem sendo adentrada a passos lentos, muito já se evoluiu, mas é claro que ainda
é preciso muito para chegar à assistência ideal que toda mulher precisa e tem direito durante
seu parto.
Pregnancy is a period in the life of the woman in that physiological changes occur to ensure an
environment conducive to the development of the fetus, in addition to being a moment of
psychological changes that generate expectations, emotions, fears and anxieties to pregnant
women. This study aimed to describe the experience of normal birth of puerperal women in the
municipality of Palmeira dos Índios and identify situations consonants in the process of
humanization and/or obstetrical violence experienced by women in their deliveries. It is a
descriptive exploratory study with a qualitative approach, conducted through interviews guided
by structured questionnaire. The population studied comprised the puerperal women
hospitalized between the months of November 2018 to January 2019, the Maternity Santa
Olímpia in Palmeira dos Índios, Alagoas. In total, 12 women were interviewed, being used
criterion of data saturation to close the sample number. The data obtained were transcribed and
analyzed, and categorized according to Bardin's content analysis. It was identified that the age
of the interviewees ranged between 15 and 27 years, and in their majority, showed low
schooling. From the results have emerged in three categories, these being: Experiences of
Childbirth and birth; Experiences in performing procedures and interventions; and, perceptions
of care received. In the category of Experiences of labor and birth, were presented the feelings
and perceptions that involved women during labor, and the fear and the pain the most evident.
On the contact mother and child in the immediate moment of birth, it was noticeable that the
majority of the babies were not left with the mother soon after birth, and that was not offered
the alternative of the baby being breastfed while still in the delivery room. In the category of
experiences in performing procedures and interventions cited is the use of non-pharmacological
methods for pain relief or for "acceleration" of the birth of the woman. It was found that all of
them reported extreme discomfort in the realization of the vaginal touch, and that, usually, the
professionals not asking for permission to perform the procedure. On the supply of food and
water, mothers have not eaten and which, for some of them, there was no such provision. In
category perceptions of care received, gathered the testimonies of the interviewees about how
was this care, where some reported having considered that was good or normal, and others that
didn't feel welcomed and respected. In general, mothers also reported not knowing the term
Violence Obstetric and/or not identified if passed by this type of violence during its process of
parturition. It has been observed that echoed in the statements, feelings of loneliness, lack of
guidance, that the parturient was not cherished in pain; even if they are not aware that they lived
the obstetrical violence, they have an experience that proves this. Therefore, it is important to
bring the scientific evidence by means of training and studies for the professionals of the
maternities. You must also take into account that the humanization have been entering at slow
steps, much has already been developed, but it is clear that there is a lot to reach the ideal
assistance that every woman needs and has the right during its childbirth.
Ma. Araújo, Sandra Taveiros de.
Enfermagem obstétrica.
Período pós-parto.
Pesquisa qualitativa.
Relação mãe-filho.