Complicações e desfechos em longo prazo da embolização terapêutica de malformações arteriovenosas cerebrais: uma revisão sistemática
Complicações e desfechos em longo prazo da embolização terapêutica de malformações arteriovenosas cerebrais: uma revisão sistemática
<vinicio.queiroz@arapiraca.ufal.br> Lúcio, Vivianne Beatriz dos Santos.
<vivianne.lucio@arapiraca.ufal.br>
Introdução: A embolização de Malformações Arteriovenosas Cerebrais (MAVs) tem se estabelecido como uma estratégia promissora, e o conhecimento das complicações e desfechos em longo prazo podem auxiliar no aprimoramento dessa terapêutica e na escolha da melhor intervenção individualizada. Objetivo: Analisar na literatura bibliográfica quais as complicações e os desfechos em longo prazo mais prevalentes em pacientes com MAVs submetidos a embolização terapêutica. Métodos: As buscas foram feitas nos bancos de dados eletrônicos da MEDLINE, PubMed, LILACS e SciELO. Foram coletados dados sobre o perfil epidemiológico da população de cada estudo, características da terapêutica proposta (embolização isolada ou combinada com microcirurgia/radiocirurgia, tipo de material embolizante, número de embolizações, tipo de abordagem utilizada para embolização), e complicações e desfechos em longo prazo. Os desfechos primários foram eventos hemorrágicos, déficits neurológicos, recanalização das MAVs, obliteração completa, óbitos e outros desfechos. Os desfechos secundários foram escala Modificada de Rankin (pré e pós tratamento). Resultados: Um total de 34 artigos (2.799 pacientes) foram incluídos nesta análise. Cerca de 34,2% das MAVs eram Spetzler-Martin grau III. Aproximadamente 39,3% dos pacientes realizaram embolização combinada com radiocirurgia. A complicação em longo prazo mais relatada foi hemorragia, ocorrendo em 8,7% dos pacientes em um período médio de acompanhamento de 58,63 meses. Déficits neurológicos ocorreram em 6,3% dos pacientes após uma média de 34,7 meses. A obliteração completa foi obtida em 51,4% dos casos após um período médio de 36 meses. Óbitos em longo prazo ocorreram em 4% dos pacientes, e em 3,5% houve recanalização das MAVs. Conclusão: A embolização de MAVs é uma estratégia que vem se mostrando cada vez mais segura quando adequadamente indicada, seja de forma isolada ou adjuvante à microcirurgia ou radiocirurgia. As complicações em longo prazo são baixas e os desfechos são satisfatórios, especialmente naqueles pacientes que foram submetidos a terapias combinadas.
Introduction: Embolization of Brain Arteriovenous
Malformations (AVMs) has been established as a promising strategy, and
knowledge of long-term complications and outcomes can help improve this therapy
and choose the best individualized intervention. Objective: To analyze
in the bibliographic literature which are the most prevalent complications and
long-term outcomes in patients with AVMs undergoing endovascular embolization. Methods:
Searches were made in the electronic databases MEDLINE, PubMed, LILACS and
SciELO. Data were collected on the epidemiological profile of the population in
each study, characteristics of the proposed therapy (embolization alone or
combined with microsurgery/radiosurgery, type of embolization material, number
of embolizations, type of approach used for embolization), and long-term
complications and outcomes. The primary outcomes were hemorrhagic events,
neurological deficits, recanalization of AVMs, complete obliteration, deaths,
and other outcomes. Secondary outcomes were Modified Rankin scale (before and
post-treatment) and Glasgow Outcome Score. Results: A total of 34
articles (2,799 patients) were included in this analysis. Approximately 34.2% of AVMs were Spetzler-Martin grade III,
and 39.3% of patients performed embolization combined with radiosurgery. The
most reported long-term complication was hemorrhage, occurring in 8.7% of
patients over an average follow-up period of 58.63 months. Neurological
deficits occurred in 6.3% of patients after an average of 34.7 months. Complete
obliteration was achieved in 51.4% of cases after an average period of 36
months. Long-term deaths occurred in 4% of patients, and in 3.5% there was
recanalization of AVMs. Conclusion: Embolization of AVMs is a strategy
that has been shown to be increasingly safe when properly indicated, either in
isolation or as an adjunct to microsurgery or radiosurgery. Long-term
complications are low and outcomes are satisfactory, especially in those
patients who have undergone combination therapies.
Dr. Silva, Victor Menezes.
Embolização terapêutica.
Tratamento endovascular.
Distúrbios vasculares.
Neurocirurgia.