Significados sociais e o sujeito de 1PS _eu_ e _mim_ em orações infinitivas precedidas pela preposição _para_
Significados sociais e o sujeito de 1PS eu e mim em orações infinitivas precedidas pela preposição para
<polyanaab9@gmail.com>
De acordo com as
gramáticas normativas, como as Bechara (2009) e Cegalla (2008), o pronome
oblíquo mim não é designado para assumir a função de sujeito, tal qual acontece
com o pronome do caso reto eu. Entretanto, pesquisas sociolinguísticas (FIGUEREDO,
2007; MARTINS, 2019; NOVAIS, 2018) descrevem a variação entre os pronomes de
primeira pessoa do singular eu e mim na posição de sujeito de orações
infinitivas, mostrando a possibilidade de utilização das duas formas no português
brasileiro. Com base nessas considerações, averiguamos, neste trabalho, a percepção
e as atitudes linguísticas, por meio das respostas subjetivas de universitários
do agreste alagoano da Universidade Federal de Alagoas – Campus Arapiraca, em
relação à variação eu e mim em infinitivas precedidas pela preposição para.
Nesse sentido, verificamos o significado social atribuído a essas variantes e mensuramos
de que maneira elas são percebidas e avaliadas pela comunidade de fala. Para
tanto, recorremos aos pressupostos teórico-metodológicos da Teoria da Variação
e Mudança (cf. WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006), tendo como foco o problema
empírico da avaliação linguística, e coletamos as respostas desses estudantes,
através de um questionário. Para a análise dos dados, adotamos a natureza
qualitativa e, para a exposição dos resultados, uma abordagem quantitativa. Dessa
maneira, identificamos que o pronome mim, como sujeito em orações infinitivas,
trata-se, para essa comunidade, de um marcador linguístico (LABOV, 2008). A
utilização desse pronome do caso oblíquo diz respeito a uma significação social
neutra, pois além de sensível a teste de avaliação, esse pronome é avaliado, por
eles, como “cultural” e “normal”, tendendo, no entanto, a ser estigmatizado
apenas em contextos sociais de caráter formal da língua.
According to normative
grammars, such as Bechara (2009) and Cegalla (2008), the object pronoun mim is
not designed to assume the function of subject, as it happens to the subject
pronoun of the nominative case eu. However, sociolinguistic researches(FIGUEREDO,
2007; MARTINS, 2019; NOVAIS, 2018) describe the variation between first person
singular pronouns eu and mim in the subject position of infinitive clauses, showing
the possibility of using both forms in Brazilian Portuguese. Based on these considerations,
in this paper, we investigate linguistic perception and linguistic attitudes,
through the subjective answears of university students from Federal University
of Alagoas – Campus Arapiraca, in relation to the variation eu and mim in infinitives
preceded by the preposition para. In this sense, we verified the social meaning
attributed to these variants and measured how they are perceived and evaluated
by the speech community. To do so, we resorted to the theoreticalmethodological
assumptions of the Theory of Variation and Change (cf. WEINREICH; LABOV; HERZOG,
2006), focusing on the empirical problem of linguistic assessment, and we
collected the responses of these students by means of a questionnaire. For data
analysis, we adopted the qualitative nature and, for the display of results, a quantitative
approach. Thus, we identified that the pronoun mim, as a subject in infinitive
clauses, is a linguistic marker (LABOV, 2008) for this community. The use of this
object pronoun refers to a neutral social meaning, as in addition being
sensitive to assessment test, this pronoun is evaluated by them as
"cultural" and "normal", tending, however, to be
stigmatized only in social contexts of formal language.
Dr.ª Oliveira, Eliane Vitorino de Moura.
Variação linguística.
Pronome.