Associação do nível de atividade física com o sexo e o tipo de escola em 71.903 adolescentes brasileiros
Associação do nível de atividade física com o sexo e o tipo de escola em 71.903 adolescentes brasileiros
<cayo.lima@arapiraca.ufal.b>
Trata-se de um estudo
de base de dados secundária que teve como objetivo analisar a associação do nível de atividade física de adolescestes com o
sexo e o tipo de escola. Este estudo utilizou dados referentes à amostra 1 da Pesquisa Nacional
da Saúde do Escolar. A amostra foi composta por dados representativos de adolescentes
brasileiros matriculados no 9º ano do ensino fundamental de escolas públicas e
privadas brasileiras, em 2015. A pesquisa foi realizada com 3.040 escolas,
4.159 turmas e 102.301 alunos responderam
ao questionário da pesquisa, dos quais 71.903 fizeram parte do presente estudo. Os dados foram
coletados por meio de questionário eletrônico, com auxílio do PDA. Para
preencher o questionário, os alunos foram instruídos a considerar os últimos sete
dias anteriores à pesquisa. Foram coletadas variáveis sociodemográficas, divididas em quatro domínios:
regional, social, escolar e individual. Para o nível habitual de
atividade física, foi considerada a “atividade física total”, estimada com base
no produto entre o número de dias e o tempo médio despendido pelos alunos em
atividades físicas no deslocamento, nas aulas de Educação Física e no período
fora da aula de Educação Física. Foi utilizado o teste
Qui-quadrado para analisar as associações do
deslocamento ativo, da atividade física na aula de Educação Física, da
atividade física extra aula de Educação Física e da atividade física total com
o sexo e o tipo de escola, se pública ou privada. Foi adotada significância estatística de p<0,05.Os meninos apresentaram-se mais ativos em relação às
meninas na atividade física total (meninos: 45,5% - 95%IC 45,0 – 46,0; meninas:
26,2% - 95%IC 25,8 – 26,6), e em todas as categorias de atividades físicas. Um percentual maior de meninas relatou
não se envolver em atividades físicas de deslocamento ativo (meninos: 30,7,
95%IC 30,2 – 31,2; meninas: 37,3%, 95%IC 36,9 – 37,8 - p<0,001), em aulas de
Educação Física (meninos: 24,5%, 95%IC 24,0 – 25,0; meninas: 35,8%, 95%IC 35,3
– 36,3 - p<0,001) e fora da aula de Educação Física (meninos: 22,4%, 95%IC
21,9 – 22,8; meninas: 41,9%, 95%IC 41,4 – 42,4 - p<0,001). Estudantes de escolas privadas
apresentaram maiores prevalências de atividades
físicas em aulas de Educação Física (pública: 67,2% - IC95% 66.8 – 67.6 - p<0,001; privada: 76,6% -
IC95% 76,0 – 77,3 - p<0,001) e fora da aula de
Educação Física (pública: 65,9% - IC95% 65.5 – 66.3- p<0,001; privada: 71,8% - IC95% 71,1 – 72,4 - p<0,001), enquanto estudantes de escolas
públicas apresentaram maior prevalência de deslocamento ativo casa-escola-casa
(pública: 72,5% - IC95% 72,1 – 72,9 - p<0,001; privada: 45,1% - IC95% 44.3
– 45.8- p<0,001).Os resultados dessa
pesquisa indicam uma alta prevalência de adolescentes insuficientemente ativos.
Além disso, é possível identificar desigualdades sociodemográficas importantes
na pratica das categorias de atividade física, especificamente quanto ao sexo e
ao tipo de escola. De forma geral, as meninas são menos ativas em relação aos meninos
e os estudantes das escolas privadas
apresentaram maior prevalência de atividades físicas em aulas de
Educação Física e fora da aula de Educação
Física, enquanto estudantes de
escolas públicas apresentaram maiores prevalências de deslocamento ativo.
Me. Lima, Braúlio Patrick da Silva.
Adolescentes.
Atividades físicas - Fatores sociais.