Práticas de cuidado e a dança afro-brasileira: experiências em saúde de jovens quilombolas do sertão alagoano

O presente estudo é norteado por uma perspectiva qualitativa, objetivando compreender os cuidados em saúde de jovens mulheres negras por meio da dança do grupo Dandara, da comunidade quilombola Cajá dos Negros, situada no sertão de Alagoas. As participantes foram escolhidas por serem quilombolas e por fazerem parte de um grupo que representa a resistência e cultura afro-brasileira, que busca através da dança o enfrentamento as opressões de raça, gênero e classe. As interlocutoras aceitar participar da pesquisa compreendendo e assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCL. Nesse sentido, a pesquisa sucedeu em quatro etapas: I – Levantamento bibliográfico e revisão sistemática; II – Apresentação da proposta de estudo para as participantes; III – Observação participante e realização das intervenções propostas e IV- Análise de dados obtidos. Visando a compreensão e reflexões acerca do estudo, o trabalho foi dividido em quatro capítulos. Discutindo sobre o processo histórico da construção do Brasil e como sucedeu a exploração do negro/a africano/a, na qual a hegemonia branca tentou de diversas formas colonizar seus corpos, identidades e culturas. O trabalho aborda os aspectos da saúde da população negra e a maneira como esses povos reinventaram modos de resistência e construção de saúde coletiva por meio do cuidado e sua cultura. O texto foi construído a partir da análise da pesquisa de campo, guiado pela perspectiva qualitativa sobre a construção coletiva do cuidado em saúde através da dança e cultura afro-brasileira entre as jovens do grupo de dança Dandara.

The present study is guided by a qualitative perspective, aiming to understand the health care of young black women through the dance of the Dandara group, from the quilombola community Cajá dos Negros, located in the hinterland of Alagoas. The participants were chosen for being quilombolas and for being part of a group that represents the Afro-Brazilian resistance and culture, which seeks through dance to face the oppressions of race, gender and class. The interlocutors accept to participate in the research, understanding and signing the Free and Informed Consent Term – TCL. In this sense, the research took place in four stages: I – Bibliographic survey and systematic review; II – Presentation of the study proposal to the participants; III – Participant observation and implementation of the proposed interventions and IV- Analysis of data obtained. Aiming at understanding and reflecting on the study, the work was divided into four chapters. Discussing the historical process of the construction of Brazil and how the exploitation of the African black person happened, in which the white hegemony tried in different ways to colonize their bodies, identities and cultures. The work addresses aspects of the health of the black population and the way in which these peoples reinvented ways of resisting and building collective health through care and their culture. The text was built from the analysis of field research, guided by the qualitative perspective on the collective construction of health care through dance and Afro-Brazilian culture among young women from the Dandara dance group.