O apoio matricial como estratégia para ampliar o acesso ao cuidado da criança no fluxograma de atendimento pediátrico ambulatorial de Arapiraca - AL nos anos de 2018-2021
O apoio matricial como estratégia para ampliar o acesso ao cuidado da criança no fluxograma de atendimento pediátrico ambulatorial de Arapiraca - AL nos anos de 2018-2021
<isabela.tenorio@arapiraca.ufal.br> Carvalho, Izabel Cristina Costa Bastos.
<izabel.carvalho@arapiraca.ufal.br>
O acesso do paciente à
atenção especializada focal ainda é um
desafio enfrentado no Sistema Único de
Saúde (SUS) , seja pela baixa oferta do serviço, seja por barreiras
organizacionais, o que prejudica diretamente
o atendimento a grupos específicos, como a pediatria. Para contrapor essa
realidade, é possível fazer uso de
recursos como o apoio matricial, no qual equipes e serviços das Redes de Atenção à Saúde se articulam para
facilitar e qualificar a assistência à comunidade. Nesse sentido, o presente trabalho avaliou o apoio
matricial como estratégia para ampliar o acesso ao cuidado da criança no fluxograma de atendimento
pediátrico ambulatorial. Para tanto, desenvolveu-se estudo analítico, quantitativo e transversal,
realizado por meio de instrumentos de coleta de dados elaborados pelos pesquisadores. O estudo envolveu 30 profissionais da ESF, dois do
Espaço Nascer e 235 crianças
atendidas nesses dois cenários de saúde. O estudo foi aprovado pelo Comitê de
Ética da Universidade Federal de
Alagoas sob C.A.A.E. 52813921.3.0000.5013. As principais variáveis são: tempo de formação, especialização,
principais dificuldades no atendimento de criança, principais dificuldades na conclusão do diagnóstico
pediátrico, ausência de retorno do paciente à UBS com referência, necessidade de estratégias de aproximação do
pediatra com a UBS, principal benefício de construção
de conhecimento compartilhado com a retaguarda assistencial (pediatras),
especialização do pediatra,
encaminhamentos que poderiam ser resolvidos na unidade básica, relato adequado
do motivo do encaminhamento, quantos
e quais principais motivos dos encaminhamentos da criança, qual profissional encaminhou. As Unidades Básicas
de Saúde mostraram
alto potencial de resolutividade
pediátrica, sem necessidade de encaminhamento, porém ainda não atingiram a meta esperada. Quando foi necessário
encaminhar, o principal especialista foi o pediatra, as principais dificuldades no atendimento a esse público
foram falta de material adequado
para criança e dificuldade
de comunicação com o acompanhante. A grande maioria dos profissionais da ESF
acredita ser positiva a aproximação
do pediatra com a UBS e que o principal benefício seria a possibilidade de contato
rápido com profissional pediatra em caso de dúvida rotineira. A principal dificuldade encontrada por metade desse grupo de profissionais para a
conclusão do diagnóstico foi a ausência do retorno
da criança à UBS com a contrarreferência. Parte dos entrevistados sugerem que parcela significativa dos encaminhamentos recebidos pelo Espaço Nascer
poderia ser resolvida na Unidade Básica.
Constatou-se, ainda, que o pediatra que afirma não receber o motivo do
encaminhamento relatado corretamente, tende a enviar contrarreferência ao médico que encaminhou a criança, enquanto que aquele que não possui queixa
quanto ao relato inadequado, não envia contrarreferência frequentemente. São necessários mais trabalhos para explorar nossos resultados, no entanto, os achados certamente contribuirão para explicitar as possibilidades de atuação dos pediatras na ESF, sem anular a atuação dos médicos das equipes
ou supervalorizar a especialidade, mas com o intuito
de fortalecer uma perspectiva intersetorial fundamental e auxiliar
no ordenamento do cuidado em relação aos outros
pontos de atenção.
Patient
access to specialized care is still a challenge faced by the Universal
Healthcare System (SUS) in Brazil,
either due to an insufficient healthcare offer or to organizational barriers,
which directly impairs care for
specific groups as the pediatric. To counter this reality, it is possible to
make use of resources such as matrix
support, in which teams and services from the Healthcare Networks articulate to
facilitate and qualify the assistance
to the community. In this context, this study evaluated the matrix support as a strategy to expand access to childcare in
the clinic pediatric care flowchart. An observational, analytical, quantitative and cross-sectional study was carried
out using data collection instruments developed by the researchers. It involved 30
professionals from the ESF, two from Espaço Nascer and 235 children assisted in these two health scenarios.
The study was approved by the Ethics Committee of the Federal University of Alagoas under C.A.A.E. 52813921.3.0000.5013. The main variables
analyzed were: training time, specialization, main
difficulties in childcare, main difficulties in completing the pediatric diagnosis, absence of the patient's return
to the UBS with reference, need for strategies to bring the pediatrician closer to the UBS,
main benefit of building shared knowledge with the pediatricians, specialization
of the pediatrician, referrals that could be resolved in the UBS, adequate
report of the reason for the referral,
amount and main reasons for the child's referrals, professional that referred.
The Basic Health Units showed a high
potential for pediatric resoluteness, without the need for referral, but they have not yet reached the expected
goal. When it was necessary to refer, the main specialist was the pediatrician, the main difficulties in
serving this public were lack of adequate material for the child and difficulty in communicating with the
companion. The vast majority of the ESF professionals believes that the close contact of the pediatrician
with the basic unit is positive and that the main benefit of this relation would be the possibility of quick
contact with a pediatrician in case of routine question. The main difficult found by half of this group
of professionals to complete the diagnosis was the absence of the child's return to the UBS with the
counter-referral. Part of interviewees suggest that a significant portion of referrals received by Espaço
Nascer could be resolved in the Basic Unit. Additionally, it was also found that the pediatrician who
claims not to receive the reason for the referral correctly reported, tends to send counter-referral to the
doctor who referred the child, while the one who does not have a complaint about the inadequate report,
does not send counter-referral often. Despite these results, more research is still needed to explore our
conclusions and propose managing strategies. However, the findings will certainly contribute to
clarifying the possibilities for pediatricians to work in the ESF, without canceling out the work of team
doctors or overvaluing the specialty, but with the aim of strengthening a fundamental intersectoral
perspective and assist in ordering care in relation to other points
of care.
Ma. Araújo, Maria Deysiane Porto.
Cuidado da criança.
Atendimento pediátrico.
Atendimento ambulatorial.