O apoio matricial como estratégia para ampliar o acesso ao cuidado da criança no fluxograma de atendimento pediátrico ambulatorial de Arapiraca - AL nos anos de 2018-2021

O apoio matricial como estratégia para ampliar o acesso ao cuidado da criança no fluxograma de atendimento pediátrico ambulatorial de Arapiraca - AL nos anos de 2018-2021

Autor(a)
Tenório, Isabela Paulino.
<isabela.tenorio@arapiraca.ufal.br> Carvalho, Izabel Cristina Costa Bastos.
<izabel.carvalho@arapiraca.ufal.br>
Ano de publicação
2022
Data da defesa
14/02/2022
Curso/Outros
Medicina
Número de folhas
53
Tipo
TCC - Trabalho de Conclusão de Curso
Local
UFAL, Campus Arapiraca, Unidade Educacional ARAPIRACA
Resumo

O acesso do paciente à atenção especializada focal ainda é um desafio enfrentado no Sistema Único de Saúde (SUS) , seja pela baixa oferta do serviço, seja por barreiras organizacionais, o que prejudica diretamente o atendimento a grupos específicos, como a pediatria. Para contrapor essa realidade, é possível fazer uso de recursos como o apoio matricial, no qual equipes e serviços das Redes de Atenção à Saúde se articulam para facilitar e qualificar a assistência à comunidade. Nesse sentido, o presente trabalho avaliou o apoio matricial como estratégia para ampliar o acesso ao cuidado da criança no fluxograma de atendimento pediátrico ambulatorial. Para tanto, desenvolveu-se estudo analítico, quantitativo e transversal, realizado por meio de instrumentos de coleta de dados elaborados pelos pesquisadores. O estudo envolveu 30 profissionais da ESF, dois do Espaço Nascer e 235 crianças atendidas nesses dois cenários de saúde. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Alagoas sob C.A.A.E. 52813921.3.0000.5013. As principais variáveis são: tempo de formação, especialização, principais dificuldades no atendimento de criança, principais dificuldades na conclusão do diagnóstico pediátrico, ausência de retorno do paciente à UBS com referência, necessidade de estratégias de aproximação do pediatra com a UBS, principal benefício de construção de conhecimento compartilhado com a retaguarda assistencial (pediatras), especialização do pediatra, encaminhamentos que poderiam ser resolvidos na unidade básica, relato adequado do motivo do encaminhamento, quantos e quais principais motivos dos encaminhamentos da criança, qual profissional encaminhou. As Unidades Básicas de Saúde mostraram alto potencial de resolutividade pediátrica, sem necessidade de encaminhamento, porém ainda não atingiram a meta esperada. Quando foi necessário encaminhar, o principal especialista foi o pediatra, as principais dificuldades no atendimento a esse público foram falta de material adequado para criança e dificuldade de comunicação com o acompanhante. A grande maioria dos profissionais da ESF acredita ser positiva a aproximação do pediatra com a UBS e que o principal benefício seria a possibilidade de contato rápido com profissional pediatra em caso de dúvida rotineira. A principal dificuldade encontrada por metade desse grupo de profissionais para a conclusão do diagnóstico foi a ausência do retorno da criança à UBS com a contrarreferência. Parte dos entrevistados sugerem que parcela significativa dos encaminhamentos recebidos pelo Espaço Nascer poderia ser resolvida na Unidade Básica. Constatou-se, ainda, que o pediatra que afirma não receber o motivo do encaminhamento relatado corretamente, tende a enviar contrarreferência ao médico que encaminhou a criança, enquanto que aquele que não possui queixa quanto ao relato inadequado, não envia contrarreferência frequentemente. São necessários mais trabalhos para explorar nossos resultados, no entanto, os achados certamente contribuirão para explicitar as possibilidades de atuação dos pediatras na ESF, sem anular a atuação dos médicos das equipes ou supervalorizar a especialidade, mas com o intuito de fortalecer uma perspectiva intersetorial fundamental e auxiliar no ordenamento do cuidado em relação aos outros pontos de atenção.

Abstract

Patient access to specialized care is still a challenge faced by the Universal Healthcare System (SUS) in Brazil, either due to an insufficient healthcare offer or to organizational barriers, which directly impairs care for specific groups as the pediatric. To counter this reality, it is possible to make use of resources such as matrix support, in which teams and services from the Healthcare Networks articulate to facilitate and qualify the assistance to the community. In this context, this study evaluated the matrix support as a strategy to expand access to childcare in the clinic pediatric care flowchart. An observational, analytical, quantitative and cross-sectional study was carried out using data collection instruments developed by the researchers. It involved 30 professionals from the ESF, two from Espaço Nascer and 235 children assisted in these two health scenarios. The study was approved by the Ethics Committee of the Federal University of Alagoas under C.A.A.E. 52813921.3.0000.5013. The main variables analyzed were: training time, specialization, main difficulties in childcare, main difficulties in completing the pediatric diagnosis, absence of the patient's return to the UBS with reference, need for strategies to bring the pediatrician closer to the UBS, main benefit of building shared knowledge with the pediatricians, specialization of the pediatrician, referrals that could be resolved in the UBS, adequate report of the reason for the referral, amount and main reasons for the child's referrals, professional that referred. The Basic Health Units showed a high potential for pediatric resoluteness, without the need for referral, but they have not yet reached the expected goal. When it was necessary to refer, the main specialist was the pediatrician, the main difficulties in serving this public were lack of adequate material for the child and difficulty in communicating with the companion. The vast majority of the ESF professionals believes that the close contact of the pediatrician with the basic unit is positive and that the main benefit of this relation would be the possibility of quick contact with a pediatrician in case of routine question. The main difficult found by half of this group of professionals to complete the diagnosis was the absence of the child's return to the UBS with the counter-referral. Part of interviewees suggest that a significant portion of referrals received by Espaço Nascer could be resolved in the Basic Unit. Additionally, it was also found that the pediatrician who claims not to receive the reason for the referral correctly reported, tends to send counter-referral to the doctor who referred the child, while the one who does not have a complaint about the inadequate report, does not send counter-referral often. Despite these results, more research is still needed to explore our conclusions and propose managing strategies. However, the findings will certainly contribute to clarifying the possibilities for pediatricians to work in the ESF, without canceling out the work of team doctors or overvaluing the specialty, but with the aim of strengthening a fundamental intersectoral perspective and assist in ordering care in relation to other points of care.

Orientador(a)
Esp. Galdino, Mônica Roseli Brito.
Coorientador(a)
Dr. Machado, Michael Ferreira.
Banca Examinadora
Me. Silva, Celso Marcos da.
Ma. Araújo, Maria Deysiane Porto.
Palavras-chave
Apoio matricial.
Cuidado da criança.
Atendimento pediátrico.
Atendimento ambulatorial.
Áreas do Conhecimento/Localização
Coleção Propriedade Intelectual (CPI) - BSCA.
Categorias CNPQ
4.00.00.00-1 Ciências da saúde.
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