Plantas medicinais utilizadas na cicatrização de feridas, causadas por acidentes de animais peçonhentos
Plantas medicinais utilizadas na cicatrização de feridas, causadas por acidentes de animais peçonhentos
<anacarolinatavares96@gmail.com>
Em Alagoas, o uso de plantas medicinais como tratamento
em casos de acidentes com animais peçonhentos ocorre principalmente por pessoas
que residem em zonas rurais ou que não têm acesso a medicamentos convencionais.
Algumas plantas medicinais tem efeito cicatrizante e possuem princípios ativos
que as tornam opções viáveis no tratamento contra acidentes com animais
peçonhentos. O presente estudo teve por objetivo investigar as plantas
medicinais com propriedades cicatrizantes mais utilizadas em Alagoas em casos
de acidentes com animais peçonhentos. Foi realizado um levantamento no banco de
dados do Grupo de Pesquisa em Plantas e Animais Peçonhentos (GPPAP), da
Universidade Federal de Alagoas (UFAL), submetido e aprovado pelo Comitê de
Ética da UFAL sob o parecer - CAAE N◦ 6856.1517.4000.0.5013. Foram analisadas
as entrevistas realizadas no período de 2015 a 2016, de pessoas residentes nas
cidades de Poço das Trincheiras, Santana do Ipanema, Olho d’Água das Flores e
São José da Tapera, cidades que foram escolhidas em razão de serem localidades
que possuíam significativo índice de atividades rurais, desse modo sendo
frequente a ocorrência de acidentes causados por animais peçonhentos. O
presente trabalho investigou as plantas medicinais utilizadas em tratamentos
complementares, quais destas plantas possuem propriedades cicatrizantes, forma
de preparo, agente causador de acidente, e as partes das plantas medicinais
mais utilizadas neste tipo de acidente em Alagoas. A identificação das espécies
das plantas ocorreu de acordo com os nomes dados pelas comunidades
entrevistadas e confrontados com a literatura científica. Verificou-se 18
espécies de plantas com princípios ativos cicatrizantes distribuídas em 13
famílias botânicas. As plantas que tiveram uso mais frequente foram cajuzinho (Anacardium humile) (39%), seguidas
de pinhão-bravo (Jatropha mollissima) (25%) e
babosa (Aloe vera) (24%). As
serpentes e escorpiões foram os maiores responsáveis pelos acidentes relatados.
In Alagoas, the use of medicinal plants as treatment
in cases of accidents with venomous animals occurs mainly by people who live in
rural areas or who do not have access to conventional medicines. Some medicinal
plants have a healing effect and have active principles that make them viable
options in the treatment against accidents with poisonous animals. The present
study aimed at investigating the medicinal plants with healing properties most
used in Alagoas in cases of accidents with poisonous animals. A survey was
carried out in the database of the Research Group on Plants and Venomous
Animals (GPPAP) of the Federal University of Alagoas (UFAL), submitted and
approved by the Ethics Committee of UFAL under opinion - CAAE N◦
6856.1517.4000.0.5013. The interviews conducted between 2015 and 2016 of people
living in the cities of Poço das Trincheiras, Santana do Ipanema, Olho d'Água
das Flores and São José da Tapera were analyzed. The present work investigated
the medicinal plants used in complementary treatments, which of these plants
have healing properties, how they are prepared, the agent that causes the
accident, and the parts of the medicinal plants most used in this type of
accident in Alagoas. The identification of the plant species occurred according
to the names given by the interviewed communities and confronted with the
scientific literature. We verified 18 plant species with healing active
principles distributed in 13 botanical families. The most frequently used
plants were cajuzinho (Anacardium humile) (39%), followed by pinhão-bravo
(Jatropha mollissima) (25%) and babosa (Aloe vera) (24%). Snakes and scorpions
were the most responsible for the reported accidents.
Dr.ª Sátiro, Larissa Nascimento.
Dr.ª Machado, Maria Aliete Bezerra Lima.
Animais peçonhentos.
Flora medicinal .
Acesso restrito solicitado pela autora. Provável liberação em 24 maio 2023.
Acesso aberto em 26 jul. 2023.