Sucessão em comunidades vegetais de solos arenosos: um modelo de nucleação revisitado
Sucessão em comunidades vegetais de solos arenosos: um modelo de nucleação revisitado
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A vegetação de restinga forma uma paisagem naturalmente heterogênea que responde a diferentes filtros ambientais, os quais limitam o estabelecimento de plântulas. A sucessão na restinga depende, portanto, de algumas espécies pioneiras que facilitam o recrutamento, a sobrevivência e a reprodução de outras espécies. Estas interações entre as espécies, influenciam a dinâmica, composição e a estrutura da comunidade. Nesta pesquisa, avaliamos o padrão espacial e dinâmica da comunidade durante o processo de sucessão da vegetação em solos arenosos costeiros. A pesquisa foi realizada na APA da Marituba do Peixe, Alagoas. A metodologia foi planejada em duas etapas, uma com foco na paisagem (dinâmica e estrutura das moitas), usando as métricas da paisagem como área, forma, borda e núcleo e número de moitas, em um intervalo de 10 anos e, na segunda etapa, análise da composição de cada moita e da sua resposta às variáveis de paisagem. Nossos dados apontam que uma planta chave (Myrciaria floribunda) inicia um processo de sucessão, criando núcleos de regeneração. O processo inicial de colonização aparenta seguir uma linha de montagem, com um padrão de sucessão determinístico até que as moitas atingem o tamanho de 10m. Na sequência sucessional, ocorre o crescimento dos núcleos e a coalescência dos núcleos vizinhos. Observouse que as moitas de menores áreas tenderam a apresentar formatos arredondados e, à medida que as moitas aumentam de área, assume uma forma irregular que configura elevados valores de índice de forma. A riqueza taxonômica das moitas, em nível de espécies, aumenta ao longo do gradiente de tamanho das moitas A riqueza também foi correlacionada com a forma da moita, moitas maiores e irregulares foram mais ricas em espécies. Em relação a partição da diversidade beta, observa-se maior contribuição de turnover, entretanto para moitas menores de 10m houve maior efeito de aninhamento.
The vegetation of coastal ridges is naturally heterogeneous, responding to different environmental filters, which limit the establishment of seedlings. Succession in these ecosystems, therefore, depends on some pioneer species that facilitate the recruitment, survival and reproduction of other species. These interactions between species influence the dynamics, composition and structure of the community. In this research, we discuss the spatial pattern of vegetation establishment in coastal sandy soils. The research was carried out in the APA of Marituba do Peixe, Alagoas. The methodology was planned in two stages, one focusing on the landscape (bush dynamics and structure), using landscape metrics such as area, shape, edge and core and number of thickets, in an interval of 10 years and, in the second stage, analysis of the composition of each bush and its response to landscape variables. Our data indicate that a key plant (Myrciaria floribunda) initiates a succession process, creating regeneration nuclei. The initial colonization process appears to follow an assembly line, with a deterministic succession pattern until the thickets reach a size of 10m. In the successional sequence, nuclei grow and neighboring nuclei coalesce. It was observed that the thickets of smaller areas tended to have rounded shapes and as the thickets increase in area, their shape becomes linear and the index values tend to increase. The taxonomic richness of clumps, at species level, increases along the clump size gradient Richness was also correlated with clump shape, larger and irregular clumps were richer in species. Regarding the partition of beta diversity, there is a greater contribution of turnover, however for thickets smaller than 10m there was a greater nesting effect.
Dr.ª Silva, Milena Dutra da.
Dr. Ferreira, Guilherme Ramos Demétrio.
Dr.ª Silva, Milena Dutra da.
Dr.ª Almeida, Nadjacleia Vilar.
Restingas - Ecologia .
Restingas - Plantas.
Sucessão ecológica .
Ecologia da paisagem.