Os sistemas atuais de tratamento de efluentes são eficientes na remoção de coronavírus? Aspectos técnicos e sanitários
Os sistemas atuais de tratamento de efluentes são eficientes na remoção de coronavírus? Aspectos técnicos e sanitários
<vanessa_daiany@hotmail.com>
O século XXI foi marcado pela experiência de três epidemias mortais associadas a novos
coronavírus: SARS, Síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS) e COVID-19. Todos esses
vírus, pertecentes à família coronaviridae, são responsáveis por causar infecções agudas no trato
respiratório e são altamente contagiosos por natureza. A doença COVID-19 recentemente emergida
é uma infecção viral altamente transmissível causada por outro novo coronavírus zoonótico
denominado coronavírus de síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2). Em 30 de janeiro
de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto da doença, relatada pela
primeira vez em Wuhan, na China, em dezembro de 2019, uma Emergência de Saúde Pública de
Interesse Internacional e em 11 de março de 2020 foi caracterizado como uma “pandemia”. Até 11
de fevereiro de 2021, esta pandemia infectou 107.423.526 pessoas e causou 2.360.280 de mortes de
mortes. Embora ainda não haja estudos conclusivos sobre a transmissão fecal-oral do novo
coronavírus, o SARS-CoV-2 já foi detectado em efluentes domésticos. Alguns autores têm avaliado
a sobrevivência do vírus no efluente líquido, e no lodo de estações de tratamento de águas residuais.
Há, dessa maneira, uma preocupação com o aumento significativo do volume de lançamento de
águas residuais hospitalares, especialmente sem tratamento adequado. Outras duas problemáticas
ambientais emergem em meio a pandemia: a crescente descarga de fármacos associados ao
tratamento de covid-19 e o aumento desenfreado do consumo de produtos antibacterianos e
desinfetantes biocidas, utilizados no intuito de inativar o vírus, ambos, além de provocar alterações
em ecossistemas, tem comprometido a eficácia de operações unitárias envolvidas no processo de
tratamento de efluentes. Esse trabalho tem por objetivo fazer uma revisão bibliográfica acerca da
condições de prevalência e eficiência de remoção do SARS-COV-2 em estações de tratamento de
efluente, ressaltando os impactos causados pelo aumento do uso de desinfetantes e medicamentos
diretamente ligados ao tratamento de covid-19, no intuito de apontar as dificuldades e possíveis
perspectivas de melhoramento no funcionamento dessas plantas.
The 21st century was marked by the experience of three deadly epidemics associated with new coronaviruses: SARS, Middle East respiratory syndrome (MERS) and COVID-19. All of these viruses, belonging to the coronaviridae family, are responsible for causing acute infections in the respiratory tract and are highly contagious in nature. The newly emerged COVID-19 disease is a highly transmissible viral infection caused by another new zoonotic coronavirus called severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2). On January 30, 2020, the World Health Organization (WHO) declared the outbreak of the disease, first reported in Wuhan, China, in December 2019, a Public Health Emergency of International Interest and on March 11, 2020 was characterized as a “pandemic”. As of February 11, 2021, this pandemic had infected 107,423,526 people and caused 2,360,280 deaths from deaths. Although there are still no conclusive studies on the fecal-oral transmission of the new coronavirus, SARS-CoV-2 has already been detected in domestic effluents. Some authors have evaluated the survival of the virus in the liquid effluent, and in the sludge of wastewater treatment plants. Thus, there is a concern with the significant increase in the volume of discharge of hospital wastewater, especially without adequate treatment. Two other environmental problems emerge in the midst of the pandemic: the increasing discharge of drugs associated with the treatment of covid-19 and the unbridled increase in the consumption of antibacterial products and biocidal disinfectants, used in order to inactivate the virus, both in addition to causing changes ecosystems, has compromised the effectiveness of unit operations involved in the effluent treatment process. This work aims to make a bibliographic review about the conditions of prevalence and efficiency of SARS-VOC removal in effluent treatment plants, highlighting the impacts caused by the increased use of disinfectants and drugs directly linked to the treatment of covid- 19, in order to point out the difficulties and possible perspectives of improvement in the functioning of these plants.
Dr.ª Carnaúba, Tânia Maria Gomes Voronkoff.
Eficácia de remoção.
SARS-CoV-2 (Vírus).