A relação do homem com a natureza: a experiência de convivência da articulação Semiárido alagoano
A relação do homem com a natureza: a experiência de convivência da articulação Semiárido alagoano
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Quando
se pensa no semiárido brasileiro a imagem que nos é passada é de uma região
hostil, solo rachado, pessoas e animais definhando. “O semiárido brasileiro é
um tesouro que aprendeu-se a não enxergar, por questões historicamente
difundidas e que hoje fazem parte de uma visão cultural extremamente
arraigada.” (FONTES, 2010, p.10). As secas são fenômenos naturais do Nordeste;
desse modo, não há como combatê-las. Todavia, seus efeitos podem ser enfrentados
com tecnologias sociais apropriadas, tornando dessa forma, possível a
convivência do homem com o semiárido. A realidade do semiárido brasileiro
apresenta potencialidades para a produção e não está fundamentalmente
condicionada à miséria. É um cenário de paisagens distintas, cuja razão de ser
encontra-se na distribuição irregular das chuvas. Apesar de as desigualdades
sociais e o domínio político das elites conservadoras serem marcas de todo Nordeste,
em Alagoas essas características se expressam de forma mais contundente. E, particularmente
na região semiárida, um atraso na política, com raízes em práticas como coronelismo,
apadrinhamento político e continuísmo de algumas poucas famílias no poder. Em contrapartida,
a concentração da terra e renda está nas mãos dessa minoria, caracterizando a necessidade
da reforma Agrária e da demarcação dos territórios tradicionais, indígenas e quilombolas.
Deste modo, conduzimos nossa investigação para tentar responder às seguintes indagações:
como se dá essa relação entre o homem e natureza no semiárido? Quais os pontos fortes
e fracos desta convivência trazida pela ASA Alagoas? O trabalho foi
desenvolvido a partir da minha experiência prática nos diversos espaços
coletivos da Articulação Semiárido Alagoano, desde o âmbito microrregional até
o nacional, a que os membros desta rede estiveram presentes; Realizamos em um
segundo momento reuniões em todas as Asas municipais, porém o foco principal
foram as reuniões mensais nas microrregiões, espaço de discussão política e busca
coletiva de soluções para alguns problemas apresentados nesta realidade.
When
we think of the Brazilian semi-arid region, the image that is given to us is of
a hostile region, cracked soil, people and animals languishing. “The Brazilian
semi-arid region is a treasure that we learned not to see, due to historically
widespread issues that today are part of an extremely ingrained cultural
vision.” (FONTES, 2010, p.10). Droughts are natural phenomena in the Northeast;
so there is no way to fight them. However, its effects can be faced with
appropriate social technologies, thus making it possible for man to live with
the semiarid region. The reality of the Brazilian semiarid region has potential
for production and is not fundamentally conditioned to misery. It is a scenario
of distinct landscapes, whose reason for being lies in the irregular
distribution of rainfall. Although social inequalities and the political dominance
of conservative elites are hallmarks of the entire Northeast, in Alagoas these characteristics
are expressed more forcefully. And, particularly in the semi-arid region, a backwardness
in politics, with roots in practices such as coronelismo, political patronage
and continuity of a few families in power. On the other hand, the concentration
of land and income is in the hands of this minority, characterizing the need
for agrarian reform and the demarcation of traditional, indigenous and
quilombola territories. In this way, we conducted our investigation to try to
answer the following questions: how does this relationship between man and
nature take place in the semiarid region? What are the strengths and weaknesses
of this coexistence brought by ASA Alagoas? The work was developed from my
practical experience in the various collective spaces of the Alagoas Semiarid
Articulation, from the micro-regional to the national scope, where the members
of this network were present; In a second moment, we held meetings in all the
municipal Wings, but the main focus was the monthly meetings in the
microregions, a space for political discussion and collective search for
solutions to some problems presented in this reality.
Dr. Santos, Cícero Gomes dos.
Políticas públicas.
Tecnologias sociais.