Intoxicações medicamentosas na emergência pediátrica: uma revisão sistemática
Intoxicações medicamentosas na emergência pediátrica: uma revisão sistemática
<camila.trajano@famed.ufal.br> Silva, Louryanne de Castro.
<louryanne.silva@famed.ufal.br>
As intoxicações exógenas são um importante fator para a admissão de crianças nos serviços de emergência, sendo os medicamentos uma das causas mais comuns. As crianças são mais vulneráveis à exposição de agentes tóxicos, devido a comportamentos intrínsecos à infância e a particularidades orgânicas e anatômicas da faixa etária. Assim, este trabalho objetiva traçar o perfil clínico e sociodemográfico das intoxicações acidentais por medicamentos na infância. Para tal, foi realizada a busca dos estudos epidemiológicos publicados entre 2012 e 2022, nas bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scopus, Embase, PubMed e Scientific Electronic Library Online (SciELO). Foram utilizados os termos: Child; Preschool; Poisoning; Toxicology; Pharmaceutical Preparation. 654 artigos totalizaram o resultado da busca, a partir da aplicação dos critérios de inclusão e exclusão artigos que não estavam adequados foram excluídos e ao final 16 estudos foram selecionados para compor esta revisão. Foram incluídos nos estudos 1.295.371 crianças vítimas de intoxicações por medicações, com maior prevalência entre os dois e três anos e sexo masculino. A classe dos AINEs teve maior prevalência, bem como os opióides, sedativo-hipnóticos, anticonvulsivantes, antiparkinsonianos, hipoglicemiantes e anti-histamínicos nos casos em que houve internação. As formas farmacêuticas orais com comprimidos sólidos, cápsulas e formulações líquidas, estiveram mais presentes. A exposição, em geral, foi relacionada a um momento em que a criança estava sem supervisão e a ingestão foi facilitada pela retirada do medicamento da embalagem original. Vômitos, náuseas e sonolência foram relatados no quadro clínico das vítimas de intoxicações. A terapêutica empregada, em alguns casos, foi carvão ativado, antídoto (naloxona ou acetilcisteína) e lavagem gástrica. Em relação ao desfecho clínico, a maioria das crianças foi assintomática ou apresentou sintomas leves. Dentre os quadros mais graves que precisaram de internação, houve a correlação com a classe do medicamento, em especial os que atuam no sistema nervoso central, e a idade da criança, visto que quanto menor a idade, pior o prognóstico. São necessários mais estudos sobre intoxicações medicamentosas em crianças para assim elaborar medidas preventivas e reduzir a incidência dos quadros de intoxicação medicamentosa em crianças.
Exogenous intoxications are an important factor in the admission of children to emergency services, with medication being one of the most common causes. Children are more vulnerable to exposure to toxic agents, due to behaviors intrinsic to childhood and to organic and anatomical characteristics of the age group. Thus, this study aims to trace the clinical and sociodemographic profile of accidental drug poisoning in childhood. To this end, a search for epidemiological studies published between 2012 and 2022 was carried out in the following databases: Virtual Health Library (VHL), Scopus, Embase, PubMed and Scientific Electronic Library Online (SciELO). The terms were used: Child; preschool; Poisoning; Toxicology; Pharmaceutical Preparation. 654 articles totaled the search result, from the application of the inclusion and exclusion criteria, articles that were not adequate were excluded, and at the end 16 studies were selected to compose this review. A total of 1,295,371 children who were victims of drug poisoning were included in the studies, with a higher prevalence between two and three years of age and males. The class of NSAIDs had a higher prevalence, as well as opioids, sedative-hypnotics, anticonvulsants, antiparkinsonians, hypoglycemic agents and antihistamines in cases in which there was hospitalization. The oral dosage forms with solid tablets, capsules and liquid formulations were more present. Exposure, in general, was related to a time when the child was unsupervised and ingestion was facilitated by removing the drug from the original packaging. Vomiting, nausea and drowsiness have been reported in the clinical picture of victims of poisoning. The therapy used, in some cases, was activated charcoal, antidote (naloxone or acetylcysteine) and gastric lavage. Regarding the clinical outcome, most children were asymptomatic or had mild symptoms. Among the most serious conditions that required hospitalization, there was a correlation with the class of medication, especially those that act on the central nervous system, and the age of the child, since the younger the age, the worse the prognosis. More studies on drug intoxication in children are needed to develop preventive measures and reduce the incidence of drug intoxication in children.
Esp. Galdino, Mônica Roseli Brito.
Medicamentos.
Crianças.
Medicamentos - Toxicologia.