Da biofilia ao design biofílico: a busca inata do homem pelo meio natural e sua aplicação enquanto ferramenta de projeto arquitetônico
Da biofilia ao design biofílico: a busca inata do homem pelo meio natural e sua aplicação enquanto ferramenta de projeto arquitetônico
<ilanademelo@hotmail.com>
A história do desenvolvimento da humanidade é permeada pela relação de domínio estabelecida pelo homem sobre a natureza, de tal forma que quanto maior o nível de desenvolvimento, mais radicais foram as transformações exercidas no meio natural. Desde a revolução científica (século XVIII), no entanto, essa relação se acirrou de modo que o homem passou a enxergar a natureza como matéria-prima para seus projetos e não mais como habitat. O resultado disso foi uma perda de referência ambiental que gerou debilidades em termos de saúde física e mental para o homem, que agora enxerga a necessidade do contato com a natureza como regulador de seu bem estar pessoal, ambiental e social. À essa necessidade se dá o nome de biofilia, conceito que vem sendo aplicado em vários campos de estudo como forma de promover qualidade de vida ao ser humano. Na arquitetura, ele se exprime como design biofílico, onde se utiliza da neurociência para criar soluções direcionadas levando em conta as sensações que estas promovem no usuário por meio de mecanismos que o remetam ao ambiente natural. Esta pesquisa tem como objetivo demonstrar – por meio da neurociência - o mecanismo de funcionamento cerebral que permite ao homem remontar sensações da natureza por meio de soluções projetuais, para então identificar e apresentar ferramentas para a aplicação dos princípios do design biofílico no projeto de arquitetura. O método de análise proposta parte de uma revisão bibliográfica com foco em identificar tais padrões na literatura científica e, em sequência, fazer um estudo de caso com projetos de diferentes padrões e complexidades, afim de demonstrar sua capacidade assertiva. Os resultados apontam ainda para a incorporação natural dos princípios do design biofílico no modo de desenvolvimento da sociedade que vem sendo solidificado nas últimas décadas, cujo epicentro é o desenvolvimento sustentável entre os interesses da humanidade e da natureza.
The history of human development is permeated by the relationship of domination established by man over nature, in such a way that the higher the level of development, the more radical were the transformations exerted on the natural environment. Since the scientific revolution (eighteenth century), however, this relationship has grown stronger, so that man began to see nature as the raw material for his projects and no longer as a habitat. The result was a loss of environmental reference that generated weaknesses in terms of physical and mental health for man, who now sees the need for contact with nature as a regulator of his personal, environmental, and social well-being. This need is called biophilia, a concept that has been applied in various fields of study as a way to promote quality of life for human beings. In architecture, it is expressed as biophilic design, where neuroscience is used to create directed solutions taking into account the sensations that these promote in the user through mechanisms that remind him of the natural environment. This research aims to demonstrate - through neuroscience - the mechanism of brain functioning that allows man to recall sensations of nature through design solutions, to then identify and present tools for the application of biophilic design principles in architectural design. The proposed analysis method starts from a bibliographic review focused on identifying such patterns in the scientific literature, and then making a case study with projects of different patterns and complexities, in order to demonstrate its assertive capacity. The results also point to the natural incorporation of the principles of biophilic design in the mode of development of society that has been solidified in recent decades, whose epicenter is sustainable development between the interests of humanity and nature.
Dr.ª Gonçalves, Elisabeth de Albuquerque Cavalcanti Duarte.
Ma. Rodrigues, Rosemary Lopes.
Neuroarquitetura .
Ambiente natural.
Design biofilico.