“Nós não somos diminutivos de ninguém”: um estudo sobre a percepção de mulheres vítimas de violência a partir da descrição do gaslighting

Este trabalho buscou compreender a percepção de mulheres vítimas de violência conjugal a partir da descrição do gaslighting,(este termo significa no português manipulação ou traduzido literalmente iluminação à gás) a medida em que o estudo buscou identificar na violência conjugal seus elementos constitutivos; descrever o fenômeno gaslighting enquanto violência psicológica na relação conjugal; e compreender como as mulheres percebem a associação do gaslighting- a partir de sua descrição- com o sofrimento psíquico, por meio de uma pesquisa de campo com mulheres atendidas por um Centro Especializado. Para isso foi escolhida a pesquisa qualitativa com observação, entrevistas e questionário semiestruturado de forma presencial e como metodologia de análise a AC - Análise do Conteúdo. Dessa forma, os resultados demonstraram o reconhecimento do gaslighting por meio de sua descrição, processos de ressignificação, mas também o vislumbre dos danos que essa vivência pode trazer em várias esferas da vida da vítima, inclusive, com rupturas no modo de ser da mulher, modificação da visão de mundo e sentimentos de culpa. Observou-se, a partir do contato delas com as instituições como instâncias de apoio e proteção, a possibilidade de trazer mudanças nas suas percepções sobre a violência, de modo a auxiliar no processo de elaboração da experiência, em contrapartida, nas instituições em que a ética nos atendimentos era subjulgada pelo preconceito pessoal de profissionais a consequência foi o agravo no sofrimento da vítima. Nesse cenário, percebeu-se a psicologia feminista como potência para lutar contra a violência, trabalhando desde as ações de prevenção até o cuidado direto com as mulheres vítimas de violência.

Este trabajo buscó comprender la percepción de las mujeres víctimas de violencia conyugal a partir de la descripción del gaslighting, (este término significa manipulación en portugués o literalmente traducido como iluminación de gas) ya que el estudio buscó identificar sus elementos constitutivos en la violencia conyugal; describir el fenómeno del gaslighting como violencia psicológica en la relación conyugal; y comprender cómo las mujeres perciben la asociación entre gaslighting- a partir de su descripción- y sufrimiento psíquico, a través de una investigación de campo con mujeres asistidas por un centro especializado. Para ello, se optó por una investigación cualitativa con observación, entrevistas y cuestionario semiestructurado presencial y se utilizó como metodología de análisis el CA - Análisis de Contenido. De esta manera, los resultados demostraron el reconocimiento del gaslighting a través de su descripción, procesos de resignificación, pero también un vislumbre de los daños que esta experiencia puede traer a diversas esferas de la vida de la víctima, incluyendo rupturas en la forma de ser de la mujer, cambios en Visión del mundo y sentimiento de culpa. Se observó, a partir de su contacto con las instituciones como instancias de apoyo y protección, la posibilidad de provocar cambios en sus percepciones sobre la violencia, para coadyuvar en el proceso de elaboración de la experiencia, por otro lado, en las instituciones en las que La Ética en el cuidado fue sometida por los prejuicios personales de los profesionales, cuya consecuencia fue el agravamiento del sufrimiento de la víctima. En este escenario, la psicología feminista fue percibida como una potencia para luchar contra la violencia, trabajando desde acciones de prevención hasta la atención directa a las mujeres víctimas de violencia.