Perfil epidemiológico de mulheres diagnosticadas com lesão intraepitelial cervical de alto grau em um município do Agreste alagoano

Perfil epidemiológico de mulheres diagnosticadas com lesão intraepitelial cervical de alto grau em um município do Agreste alagoano

Autor(a)
Farias, Bianca Estevam.
<biancafarias1998@hotmail.com>
Ano de publicação
2024
Data da defesa
30/01/2024
Curso/Outros
Enfermagem
Número de folhas
60
Tipo
TCC - Trabalho de Conclusão de Curso
Local
UFAL, Campus Arapiraca, Unidade Educacional ARAPIRACA
Resumo

Introdução: O câncer do colo do útero é uma preocupação global, sendo a terceira neoplasia maligna mais comum em mulheres no Brasil. O rastreamento é possível através do exame citopatológico, realizado na Atenção Primária. Estão entre os fatores de risco a persistência do HPV, início precoce da atividade sexual, idade e outros elementos. Outras condições também influenciam na incidência de lesões precursoras de alto grau (HSIL) como fatores socioeconômicos, comportamentais e de saúde. Desta forma, o estudo proposto visa descrever o perfil epidemiológico das mulheres com HSIL, considerando fatores sociodemográficos e gineco-obstétricos. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico observacional, do tipo transversal, realizado de novembro de 2019 a agosto de 2023, em mulheres com HSIL, residentes em Arapiraca-AL. O Centro de Referência Integrado de Arapiraca (CRIA) e a Unidade Básica de Saúde Dr. Daniel Houly foram os locais de coleta de dados. Participaram da pesquisa mulheres diagnosticadas com HSIL, usuárias do SUS em Arapiraca-AL, e que se enquadraram nos demais critérios de inclusão. A coleta de dados envolveu aplicação de formulários, avaliação clínica e laboratorial. A análise dos dados foi descritiva, e o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética, parecer no 2114908. Resultados: As mulheres tinham a média de idade de 40,2 anos, com predominância na faixa etária de 30-39 anos (53%). Quanto à etnia, 53% se identificaram como pardas e 27% como pretas. A situação conjugal mais comum é casada (33%), e a maioria possuía ensino médio (40%). Nos antecedentes ginecológicos, o anticoncepcional oral (40%) prevaleceu. Quanto as infecções pelo HPV, 27% das mulheres foram detectadas. No histórico familiar, 73% não tinham antecedentes de câncer cervical. Antecedentes obstétricos mostram predominância de duas gestações prévias (40%) e parto vaginal (67%). Discussão: A pesquisa descreveu o perfil epidemiológico de mulheres com lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL) no colo do útero. Prevaleceram mulheres abaixo de 40 anos, casadas, residentes da zona urbana, pardas ou pretas, com ensino médio. Disparidades étnicas, baixa escolaridade e renda foram fatores de risco encontrados nestas mulheres. Menarca tardia e uso de anticoncepcionais hormonais foram identificados, assim como infecção prévia pelo HPV. Ressalta-se a importância de estratégias abrangentes que abordem fatores de risco, métodos de prevenção para infecções sexualmente transmissíveis. O estudo alinha-se com dados nacionais e internacionais, destacando a vulnerabilidade social e étnica dessas mulheres. Isso destaca a importância de reduzir disparidades e aprimorar os cuidados de saúde para as mulheres no país. Conclusão: Observou-se que o perfil epidemiológico de mulheres com lesão intraepitelial escamosa de alto grau no colo do útero pode variar em diferentes populações e regiões e depende de vários fatores. Apesar de limitações, os resultados reforçam a necessidade de estratégias abrangentes para prevenção, rastreamento e tratamento do câncer cervical no Brasil.

Abstract

Introduction: Cervical cancer is a global concern, being the third most common malignancy in women in Brazil. Tracking is possible through cytopathological examination, carried out in Primary Care. The risk factors include the persistence of HPV, early onset of sexual activity, age and other elements. Other conditions also influence the incidence of high-grade precursor injuries (HSIL) such as socioeconomic, behavioral and health factors. Therefore, the proposed study aims to describe the epidemiological profile of women with HSIL, considering sociodemographic and gynecological-obstetric factors. Methodology: This is an observational, cross-sectional epidemiological study, carried out from November 2019 to August 2023, in women with HSIL, living in Arapiraca-AL. The Centro de Referência Integrado de Arapiraca (CRIA) and the Unidade Básica de Saúde Dr. Daniel Houly were the data collection sites. Women diagnosed with HSIL, users of the SUS in Arapiraca-AL, and who met the other inclusion criteria participated in the research. Data collection involved application of forms, clinical and laboratory evaluation. Data analysis was descriptive, and the study was approved by the Ethics Committee, opinion no 2114908. Results: The women had an average age of 40.2 years, with a predominance in the age group of 30-39 years (53%) . Regarding ethnicity, 53% identified themselves as mixed race and 27% as black. The most common marital status is married (33%), and the majority had secondary education (40%). In the gynecological history, oral contraceptives (40%) prevailed. As for HPV infections, 27% of women were detected. In family history, 73% had no history of cervical cancer. Obstetric history shows a predominance of two previous pregnancies (40%) and vaginal birth (67%). Discussion: The research described the epidemiological profile of women with high-grade squamous intraepithelial lesion (HSIL) on the cervix. Women under 40 years old, married, living in urban areas, mixed race or black, with secondary education prevailed. Ethnic disparities, low education and income were risk factors found in these women. Late menarche and use of hormonal contraceptives were identified, as well as previous HPV infection. The importance of comprehensive strategies that address risk factors and prevention methods for sexually transmitted infections is highlighted. The study aligns with national and international data, highlighting the social and ethnic vulnerability of these women. This highlights the importance of reducing disparities and improving healthcare for women in the country. Conclusion: It was observed that the epidemiological profile of women with high-grade squamous intraepithelial lesions on the cervix may vary in different populations and regions and depends on several factors. Despite limitations, the results reinforce the need for comprehensive strategies for prevention, screening and treatment of cervical cancer in Brazil.

Orientador(a)
Dr.ª Nascimento, Cristiane Araújo .
Coorientador(a)
Dr.ª Farias, Karol Fireman de.
Banca Examinadora
Dr.ª Farias, Karol Fireman de.
Ma. Barbosa, Nirliane Ribeiro.
Ma. Rodrigues, Rosa Patrícia Gomes Tenório Omena.
Palavras-chave
Saúde da mulher.
Epidemiologia.
Lesão intraepitelial cervical.
Áreas do Conhecimento/Localização
Coleção Propriedade Intelectual (CPI) - BSCA.
Categorias CNPQ
4.00.00.00-1 Ciências da saúde.
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Acesso restrito solicitado pela autora. Provável liberação em 02 fev. 2025.