Ana Paula Tavares na viagem ao Sul: a crônica "E por que é que elas não podem brincar?" e a reinvindicação de contar a própria história

Ana Paula Tavares na viagem ao Sul: a crônica "E por que é que elas não podem brincar?" e a reinvindicação de contar a própria história

Autor(a)
Almeida, Carlos Henrique Honório de .
<carlos.almeida@ihca.ufal.br>
Ano de publicação
2024
Data da defesa
22/08/2024
Curso/Outros
Letras - Língua Portuguesa
Número de folhas
75
Tipo
TCC - Trabalho de Conclusão de Curso
Local
UFAL, Campus Arapiraca, Unidade Educacional ARAPIRACA
Resumo

A literatura angolana caracterizou-se como um importante veículo de resistência às imposições colonialistas, imperialistas e capitalistas e de afirmação das identidades dos sujeitos pós-coloniais. Tais características, inerentes à maioria das produções dos escritores e escritoras do país, são elementos basilares também do labor literário de Ana Paula Tavares, tanto em sua já consagrada obra poética, como também em sua prosa, sobretudo nas crônicas, que se debruçam sobre aspectos culturais, políticos e sociais de Angola. Assim, seus textos caminham em direção a uma representação que dialoga mais de perto com a realidade, desmistificando narrativas ocidentais exoticizadas sobre o continente africano. Nesse sentido, através do método bibliográfico e de uma abordagem qualitativa, a presente pesquisa propôs-se a analisar de que forma a autora retrata a violência da colonização, ao mesmo tempo em que discute a cultura e a identidade angolana, na crônica “E por que é que elas não podem brincar?”, presente na coletânea Um rio preso nas mãos (2019). Para tanto, teorias decoloniais como a coloniadidade do poder, de Aníbal Quijano (2005), as Epistemologias do Sul e seus desdobramentos, de Boaventura de Sousa Santos (2002; 2009; 2018) e Meneses (2009; 2013), juntamente com as reflexões sobre modernidade de Mignolo (2008; 2017), serviram como referências para situar a literatura de Tavares nesse panorama. A partir disso, confirma-se, na crônica em foco, os processos de humanização que permitem a criação de um campo de significados mais vasto e digno para as populações historicamente subalternizadas ao Sul global.

Abstract

The Angolan literature has been characterized as an important vehicle of resistance against colonialist, imperialist, and capitalist impositions and as an affirmation of post-colonial subjects' identities. Such characteristics, inherent to most of the works produced by the country's writers, are also fundamental elements of Ana Paula Tavares's literary work, both in her already renowned poetic oeuvre and in her prose, especially in her chronicles, which delve into cultural, political, and social aspects of Angola. Therefore, her texts move towards a representation that more closely dialogues with reality, demystifying exoticized Western narratives about the African continent. In this sense, through the bibliographic method and a qualitative approach, this research aimed to analyze how the author portrays the violence of colonization while discussing Angolan culture and identity in the chronicle “E por que é que elas não podem brincar?”, from the collection Um rio preso nas mãos (2019). To this end, decolonial theories such as Aníbal Quijano's (2005) coloniality of power, Boaventura de Sousa Santos's (2002; 2009; 2018) and Meneses's (2009; 2013) Epistemologies of the South and their developments, along with Mignolo's (2008; 2017) reflections on modernity, served as references to situate Tavares's literature within this panorama. Consequently, in the chronicle in focus, the processes of humanization that allow for the creation of a broader and more dignified field of meanings for historically subordinated populations in the Global South are confirmed.

Orientador(a)
Dr.ª Mendes, Karla Renata.
Banca Examinadora
Dr. Marques, Marcelo Ferreira.
Dr. Siqueira, Renildo Ribeiro de.
Palavras-chave
Linguística.
Literatura angolana.
Crônicas.
Áreas do Conhecimento/Localização
Coleção Propriedade Intelectual (CPI) - BSCA.
Categorias CNPQ
8.00.00.00-2 Linguística, letras e artes.
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