Práticas interventivas no transtorno de déficit de atenção e hiperatividade no contexto escolar: uma abordagem a partir da modelagem comportamental
Práticas interventivas no transtorno de déficit de atenção e hiperatividade no contexto escolar: uma abordagem a partir da modelagem comportamental
<luciene.silva@arapiraca.ufal.br> Santos, Marina Laira Ferreira dos.
<marina.santos@arapiraca.ufal.br>
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno do neurodesenvolvimento que se destaca no contexto escolar, onde seus impactos na vida acadêmica se tornam mais evidentes. A literatura não discute a cura do TDAH, mas sim seu tratamento, que pode possibilitar uma vida normal sem prejuízos significativos. O diagnóstico precoce é recomendado para minimizar esses impactos no ambiente escolar. A identificação do TDAH ainda enfrenta desafios, sendo muitas vezes erroneamente interpretado como "mau comportamento". Para que professores e escolas possam identificar adequadamente os sintomas comportamentais do TDAH, é necessária uma formação específica que ajude a reconhecer que a falta de reforçadores na escola também pode causar problemas de desatenção e hiperatividade. Mas o que fazer no ambiente escolar? Foi nessa direção que a pesquisa teve como objetivo analisar práticas interventivas baseadas na modelagem comportamental que podem ser aplicadas no contexto escolar para manejar os comportamentos disruptivos associados ao Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Para isso, foi necessário entender a neurobiologia do TDAH, compreender o funcionamento da medicação e determinar quando é necessário utilizá-la, além de identificar quais práticas interventivas podem ser realizadas como alternativas ao uso de medicamentos. A metodologia da pesquisa baseou-se em uma abordagem qualitativa, utilizando como procedimento a pesquisa bibliográfica, de natureza básica, focada em aprofundar um conhecimento existente. A pesquisa fundamentou-se nos referenciais teóricos da Neurociência e da Análise do Comportamento para embasar as análises desenvolvidas a partir de uma revisão da literatura sobre o tema. A coleta de dados utilizou o buscador da Scielo e o portal de periódicos da Capes, com um recorte temporal de 2020 a 2023, período que registrou um aumento nos diagnósticos apresentados nos laudos às escolas. Os resultados revelaram uma escassez de produções acadêmicas sobre estratégias de intervenção baseadas na modelagem comportamental para crianças com TDAH no contexto escolar. Consideramos que essa falta de produção pode estar relacionada à tendência das escolas em perceber todo comportamento de desatenção e hiperatividade como uma representação de TDAH, o que contribui para o aumento descontrolado de diagnósticos. Essa perspectiva transfere para o indivíduo a responsabilidade pela dificuldade de aprendizagem, atribuindo-a à existência de um transtorno, sem levar em conta o ambiente em que ele vive, suas experiências de vida e a presença em um espaço de aprendizagem que não consegue competir com os estímulos excessivos aos quais ele está exposto. Assim, atribuir ao TDAH uma realidade que vai muito além da simples observação de um comportamento construído a partir de múltiplas variáveis, é condenar o sujeito ao não desenvolvimento.
Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD) is a neurodevelopmental disorder that stands out in the school context, where its impacts on academic life become more evident. The literature does not discuss the cure for ADHD, but rather its treatment, which can enable a normal life without significant harm. Early diagnosis is recommended to minimize these impacts in the school environment. Identifying ADHD still faces challenges, with it often being misinterpreted as "bad behavior." For teachers and schools to adequately identify the behavioral symptoms of ADHD, specific training is needed to help recognize that a lack of reinforcers at school can also cause problems with inattention and hyperactivity. But what to do in the school environment? It was in this direction that the research aimed to analyze interventional practices based on behavioral modeling that can be applied in the school context to manage disruptive behaviors associated with Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD). To achieve this, it was necessary to understand the neurobiology of ADHD, understand how medication works and determine when it is necessary to use it, in addition to identifying which interventional practices can be carried out as alternatives to the use of medication. The research methodology was based on a qualitative approach, using bibliographical research as a procedure, of a basic nature, focused on deepening existing knowledge. The research was based on the theoretical references of Neuroscience and Behavior Analysis to support the analyzes developed from a review of the literature on the topic. Data collection used the Scielo search engine and the Capes journal portal, with a time frame from 2020 to 2023, a period that recorded an increase in diagnoses presented in school reports. The results revealed a scarcity of academic productions on intervention strategies based on behavioral modeling for children with ADHD in the school context. We consider that this lack of production may be related to the tendency of schools to perceive all inattention and hyperactivity behavior as a representation of ADHD, which contributes to the uncontrolled increase in diagnoses. This perspective transfers responsibility for learning difficulties to the individual, attributing it to the existence of a disorder, without taking into account the environment in which they live, their life experiences and the presence in a learning space that cannot compete with the excessive stimuli to which he is exposed. Therefore, attributing to ADHD a reality that goes far beyond the simple observation of behavior constructed from multiple variables is to condemn the subject to non-development.
Marques, Isabela Macena dos Santos.
Hiperatividade.
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Transtorno mental.