Aspectos botânicos e farmacológicos de plantas com efeito antidepressivo: uma revisão integrativa

O transtorno de saúde mental que mais acomete a população mundial é a depressão e apesar de existirem diversos tratamentos, algumas dificuldades vão desde a falta de recursos até receios dos efeitos adversos que medicamentos sintéticos podem causar. Por isso, a busca por terapias alternativas à base de plantas medicinais se tornam de relevância para a saúde pública. Dessa forma, objetivou-se realizar uma revisão sistemática dos aspectos botânicos e farmacológicos de plantas medicinais com efeito antidepressivo. A pesquisa foi feita utilizando as bases de dados Scopus, Web of Science, Medline, Lilacs e Google Acadêmico. Os critérios de inclusão foram: 1 - artigos completos que apresentassem resultado positivo para atividade farmacológica com ação antidepressiva; 2 - artigos cujos dos descritores contivessem a estratégia de busca no título e no resumo. Os critérios de exclusão foram: 1 - artigos que apresentassem resultado inconclusivo ou negativo; 2 - artigos duplicados. Os resultados demonstraram que existe uma diversidade de plantas medicinais que possuem o potencial antidepressivo e o presente estudo identificou famílias de plantas que aparecem com uma maior recorrência, sendo elas: Asteraceae (3), Hypericaceae (2), Lamiaceae (2) e Zingiberaceae (2). Dentre as espécies, foram identificadas Matricaria chamomilla L. (Camomila), Hypericum perforatum L. (Erva de São João ou Hipérico), Salvia divinorum (Salvia) e Curcuma longa L (Cúrcuma). Por meio das análises, o efeito antidepressivo foi atribuído aos seguintes metabólitos secundários: compostos fenólicos e os flavonoides, sendo potenciais antidepressivos, pois permitem uma maior interação com os sistemas serotoninérgicos, noradrenérgicos e dopaminérgicos, ademais, atuam no sistema nervoso aumentando a concentração de neurotransmissores na fenda sináptica por meio da inibição do metabolismo ou pelo bloqueio de recaptação neuronal. Portanto, as plantas medicinais identificadas, com seus compostos fenólicos e flavonoides, apresentam-se como agentes promissores no auxílio ao tratamento antidepressivo. Além disso, sugere novos caminhos para pesquisas futuras, consolidando a importância contínua da fitoterapia no contexto da saúde mental. Dessa forma, estas plantas destacam-se por fornecerem uma base potencial para prospecção de fármacos e produção de fitoterápicos que atuam no tratamento dessa enfermidade.

The mental disorder that most affects the world's population is depression and although there are several treatments, some difficulties range from lack of resources to fears about the adverse effects that synthetic medicines can cause. Therefore, the search for alternative therapies based on medicinal plants becomes relevant to public health. Therefore, the objective was to carry out a systematic review of the botanical and pharmacological aspects of medicinal plants with antidepressant effects. The research was carried out using the Scopus, Web of Science, Medline, Lilacs and Google Scholar databases. The inclusion criteria were: 1 - complete articles that presented a positive result for pharmacological activity with antidepressant action; 2 - articles whose descriptors contained the search strategy in the title and abstract. The exclusion criteria were: 1 - articles that presented inconclusive or negative results; 2 - duplicate articles. The results demonstrated that there is a diversity of medicinal plants that have antidepressant potential and the present study identified families of plants that appear with greater recurrence, namely: Asteraceae (3), Hypericaceae (2), Lamiaceae (2) and Zingiberaceae ( two). Among the species, Matricaria chamomilla L. (Chamomile), Hypericum perforatum L. (Saint John's Herb or Hypericum), Salvia divinorum (Sage) and Curcuma Longa (Turmeric) were identified. Through analyses, the antidepressant effect was attributed to the following secondary metabolites: phenolic compounds and flavonoids, being potential antidepressants, as they allow greater interaction with the serotonergic, noradrenergic and dopaminergic systems, in addition, they act on the system nervous system by increasing the concentration of neurotransmitters in the synaptic cleft by inhibiting metabolism or blocking neuronal reuptake. Therefore, the identified medicinal plants, with their phenolic and flavonoid compounds, present themselves as promising agents to aid antidepressant treatment. Furthermore, it suggests new avenues for future research, consolidating the continued importance of herbal medicine in the context of mental health. Therefore, these plants stand out for providing a potential basis for prospecting drugs and producing herbal medicines that act in the treatment of this disease.