Tendência temporal e distribuição espacial da morbimortalidade dos casos de meningite em território brasileiro entre 2008 e 2022.

Tendência temporal e distribuição espacial da morbimortalidade dos casos de meningite em território brasileiro entre 2008 e 2022.

Autor(a)
Silva, João Victor Corrêa e.
<joao.correa@arapiraca.ufal.br> Barbosa Junior, Marcos Antonio da Silva.
<marcos.junior@arapiraca.ufal.br>
Ano de publicação
2024
Data da defesa
01/11/2024
Curso/Outros
Medicina
Número de folhas
113
Tipo
TCC - Trabalho de Conclusão de Curso
Local
UFAL, Campus Arapiraca, Unidade Educacional ARAPIRACA
Resumo

Introdução: Apesar dos avanços das últimas décadas, a meningite continua a representar um sério problema de saúde pública global, especialmente em países subdesenvolvidos, que registram elevadas taxas de incidência e mortalidade. Esses fatores acarretam impactos negativos significativos na saúde pública, além de prejuízos sociais e econômicos. Em resposta a essa relevância, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou o Plano Global para Derrotar a Meningite até 2030, com o objetivo de aprimorar o manejo da doença. No Brasil, a relevância epidemiológica da meningite também é evidente, com taxas expressivas de prevalência e número de óbitos. Diante desse cenário, diversas ações têm sido implementadas visando à otimização do diagnóstico, manejo clínico e, principalmente, à prevenção da doença. Objetivo: Este estudo tem como objetivo avaliar os indicadores epidemiológicos e a dinâmica temporal e espacial da incidência e mortalidade por meningite no Brasil no período de 2008 a 2022. Método: Trata-se de um estudo ecológico e analítico, baseado em dados secundários extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), disponíveis na plataforma DATASUS. Foram analisadas as taxas de incidência e mortalidade por meningite ao longo dos anos. A tendência temporal foi avaliada por meio do modelo de regressão Joinpoint, considerando os períodos entre 2008 e 2022. Adicionalmente, foram gerados mapas de distribuição espacial com base na variação percentual por estado brasileiro. A análise de tendência temporal utilizou o Joinpoint Regression Program, enquanto o software QGIS (versão 3.22.16) foi utilizado para a análise espacial. Resultados e Discussão: A análise de dados de meningite no Brasil entre 2008 e 2022 mostrou uma redução significativa nos casos confirmados e óbitos, com variações regionais marcantes. Inferimos que a pandemia de COVID-19 impactou na notificação de casos, e em parte, possivelmente devido às medidas de distanciamento e uso de máscaras, que reduziram a transmissão de outras doenças infecciosas, incluindo a meningite. As regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste apresentaram quedas expressivas nas taxas de incidência, com destaque para o Norte (-14,46% ao ano entre 2018-2022) e o Nordeste (-9,82% ao ano). O mapeamento espacial revelou a concentração de casos no Sudeste e Sul, com São Paulo ainda liderando em número absoluto, apesar da redução de 45,51% nos casos. Essas variações ressaltam a necessidade de políticas regionais específicas para fortalecer a vigilância epidemiológica e a prevenção. Considerações Finais: O estudo revelou uma queda significativa nos casos de meningite, mas persistem disparidades regionais que requerem estratégias de intervenção direcionadas. O fortalecimento da vigilância, o aumento da cobertura vacinal e a melhoria na assistência à saúde são fundamentais para o controle da doença e a redução das desigualdades no Brasil.

Abstract

Introduction: Despite advances in recent decades, meningitis continues to represent a serious global public health problem, especially in underdeveloped countries, which report high incidence and mortality rates. These factors have significant negative impacts on public health, as well as social and economic detriments. In response to this, the World Health Organization (WHO) launched the Global Roadmap to Defeat Meningitis by 2030, aiming to improve the management of the disease. In Brazil, the epidemiological relevance of meningitis is also evident, with significant prevalence rates and numbers of deaths. Givens this scenario, several actions have been implemented to optimize the diagnosis, clinical management, and, mainly, the prevention of the disease. Objective: This study aims to evaluate the epidemiological indicators and the temporal and spatial dynamics of meningitis incidence and mortality in Brazil from 2008 to 2022. Method: This ecological and analytical study employed secondary data extracted from the Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Notifiable Diseases Information System – SINAN) and the Sistema de Informações Hospitalares (Hospital Information System – SIH), both available on the DATASUS platform. Incidence and mortality rates of meningitis were analyzed over the years. The temporal trend was assessed using the Joinpoint regression model, considering the periods between 2008 and 2022. Additionally, spatial distribution maps were generated based on the percentage variation by Brazilian state. The Joinpoint Regression Program was used for temporal trend analysis, while QGIS (version 3.22.16) was used for spatial analysis. Results and Discussion:  An analysis of meningitis data in Brazil from 2008 to 2022 revealed a significant decrease in confirmed cases and deaths, with notable regional variations. We infer that the COVID-19 pandemic impacted case reporting, potentially due to distancing measures and mask usage, which reduced the transmission of other infectious diseases, including meningitis. The North, Northeast, Southeast, South, and Midwest regions showed significant declines in incidence rates, with notable reductions in the North (-14.46% per year from 2018 to 2022) and the Northeast (-9.82% per year). Spatial mapping indicated a concentration of cases in the Southeast and South, with São Paulo remaining the leading state despite a 45.51% decrease in cases. These variations highlight the need for specific regional policies to strengthen epidemiological surveillance and prevention. Conclusions: The study revealed a significant decline in meningitis cases, although regional disparities persist, requiring targeted intervention strategies. Strengthening surveillance, increasing vaccination coverage, and improving healthcare services are crucial for disease control and reducing inequalities in Brazil.

Orientador(a)
Dr.ª Farias, Karol Fireman de.
Coorientador(a)
Dr. Santos, Márcio Bezerra.
Banca Examinadora
Dr. Santos, Márcio Bezerra.
Dr.ª Freitas, Maria Andréia Lopes de.
Dr. França Júnior, Raimundo Rodrigues de.
Palavras-chave
Epidemiologia.
Análise espacial.
Meningite.
Tendência temporal.
Áreas do Conhecimento/Localização
Coleção Propriedade Intelectual (CPI) - BSCA.
Categorias CNPQ
4.00.00.00-1 Ciências da saúde.
Visualizações
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Observações

Acesso restrito solicitado pelos autores. Provável liberação em 28 nov. 2025.