Ascensão dos mesopredadores? Uma análise sobre o zoneamento da área de proteção ambiental costa dos corais nas assembleias de peixes recifais.

Ascensão dos mesopredadores? Uma análise sobre o zoneamento da área de proteção ambiental costa dos corais nas assembleias de peixes recifais. 

Autor(a)
Santos, Marina Quirino Costa.
<marinaqcs13@gmail.com>
Ano de publicação
2024
Data da defesa
27/11/2024
Curso/Outros
Ciências Biológicas (U. E. Penedo)
Número de folhas
36
Tipo
TCC - Trabalho de Conclusão de Curso
Local
UFAL, Campus Arapiraca, Unidade Educacional PENEDO
Resumo

Os recifes coralíneos sofrem globalmente com a antropização, destacando-se pelo crescimento sistemático do turismo desordenado e pesca. Tais atividades, em alguns casos são as únicas alternativas para a atividade econômica local. A necessidade de conservação da biodiversidade levou ao estabelecimento da Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais (APACC), classificada como de uso sustentável, buscando coadunar a conservação ambiental e os usos direto (pesca) e indireto (turismo e pesquisa) de maneira racional foi zoneada em categorias, entre elas: Zona de Visitação (ZV), destinada ao turismo e Zona de Proteção da Vida Marinha (ZPRE), onde só é permitida a pesquisa científica autorizada. Nos recifes, assim como nos outros habitats, os predadores de topo controlam a população mesopredadores através do consumo ou instaurando medo, o que incentiva mudanças de comportamento e uso de habitats, limitando assim sua abundância e distribuição. A perda desses predadores de topo, resultado de pesca e destruição de habitats, afeta negativamente nossos oceanos, gerando tensões adicionais sobre as espécies de presas, favorecendo as atividades de mesopredadores. O presente estudo buscou monitorar a influência do zoneamento da APACC, utilizando peixes mesopredadores das famílias Epinephelidae, Lutjanidae, Carangidae, Serranidae, Sciaenidae e Synodontidae para compreender as relações ecológicas e econômicas locais em duas zonas distintas. Para isso, foram realizados 299 censos na ZV e ZPRE, totalizando 13.298 indivíduos registrados, de 81 espécies pertencentes a 35 famílias com uma biomassa de aproximadamente 320 quilos de peixe. Destacamos os mesopredadores, que apresentaram riqueza de 20ssp. para ambos os zoneamentos, mas biomassa total de aproximadamente 12,300kg e densidade média de 0,9 peixes/40m2 para a ZV e 15,800kg e d= 1,5 peixes/40m2 para a ZPRE, indicando que, mesmo na zona no-take, os mesopredadores estão em declínio, tais resultados, somados ao fato de não termos registrados nenhum predador de topo, podem ser reflexos da pesca ilegal, que ao eliminar predadores de topo e grande parte dos mesopredadores abriu espaço para o abundante estabelecimento dos tróficos Onívoros e Predadores de Invertebrados Móveis. Nossos resultados ressaltam a importância do zoneamento para a manutenção das atividades econômicas mais importantes na região, o turismo e a pesca. Destacamos a necessidade do estabelecimento e ampliação de zonas no-take e continuidade dos programas de monitoramento que, forneçam informação ambiental para pescadores, turistas e operadores de turismo, para que as zonas possam cumprir seus objetivos, garantidos as atividades econômicas mais importantes na região, o turismo e a pesca. 

Abstract

Coral reefs are globally affected by anthropization, particularly due to the systematic growth of unregulated tourism and fishing. In some cases, these activities are the only alternatives for local economic activity. The need for biodiversity conservation led to the establishment of the Costa dos Corais Environmental Protection Area (APACC), classified as a sustainable use area, aiming to reconcile environmental conservation with direct (fishing) and indirect (tourism and research) uses in a rational way. The area was zoned into categories, including: Production Zone (ZPRO), designated for multiple uses, and Marine Life Protection Zone (ZPRE), where only authorized scientific research is allowed. In coral reefs, as in other habitats, apex predators control the population of mesopredators through consumption or by instilling fear, which encourages behavioral changes and habitat use, thus limiting their abundance and distribution. The loss of these apex predators, as a result of fishing and habitat destruction, negatively impacts our oceans, creating additional pressure on prey species and favoring mesopredator activities. This study aimed to monitor the influence of the APACC zoning by using mesopredator fish from the families Epinephelidae, Lutjanidae, Carangidae, Serranidae, Sciaenidae, and Synodontidae to understand the local ecological and economic relationships in two distinct zones. To achieve this, 299 visual census were conducted in the ZV and ZPRE zones, totaling 13,298 individuals recorded from 81 species belonging to 35 families, with a biomass of approximately 320 kg of fish. We highlight the mesopredators, which showed a species richness of 20 spp. in both zones, but a total biomass of approximately 12,300 kg and an average density of 0.9 fish/40m² in the ZV, compared to 15,800 kg and a density of 1.5 fish/40m² in the ZPRE. These results indicate that, even in the no-take zone, mesopredators are declining. Combined with the fact that no apex predators were recorded, these findings may reflect the effects of illegal fishing, which, by eliminating apex predators and many mesopredators, has created space for the abundant establishment of ONI and PIM trophic groups. Our results highlight the importance of zoning for maintaining the most important economic activities in the region, tourism and fishing. We emphasize the need for the establishment and expansion of no-take zones, as well as the continuation of monitoring programs that provide environmental information to fishermen, tourists, and tour operators, ensuring that the zones can fulfill their objectives while guaranteeing the region's key economic activities, tourism and fishing.

Orientador(a)
Dr. Sampaio, Cláudio Luís Santos.
Banca Examinadora
Dr. Mojica, Alfredo Leandro Borie.
Me. Lima Júnior, Márcio José Costa de Albuquerque.
Palavras-chave
Conservação.
Turismo.
Ictiofauna .
Pesca.
Monitoramento recifal .
Áreas do Conhecimento/Localização
Coleção de Propriedade Intelectual (CPI) - BSP.
Categorias CNPQ
2.00.00.00-6 Ciências biológicas.
Anexos
Visualizações
24
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