A prevalência do acidente vascular cerebral no Brasil: uma análise da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019
A prevalência do acidente vascular cerebral no Brasil: uma análise da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019
<ariana.suassuna@arapiraca.ufal.br> Nascimento, Bruna Roberta Lopes do.
<bruna.nascimento@arapiraca.ufal.br>
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda principal causa de morte no mundo. No Brasil, estudos acerca da prevalência dessa doença em nível nacional ainda são escassos, porém todos indicam para números alarmantes, com destaque para o AVC como uma das principais causas de óbito no país desde 2019. Nesse contexto, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pela primeira vez em 2013, apresenta-se como uma importante ferramenta que reúne dados referentes à epidemiologia de inúmeras condições de saúde frequentes no país. Em 2019, uma segunda edição da PNS foi realizada, trazendo informações mais recentes acerca do panorama do AVC no Brasil, porém esses dados ainda não foram analisados. Nesse sentido, o presente estudo visa avaliar a prevalência do AVC no Brasil a partir da análise dos dados da PNS de 2019. Para isso, utilizou-se o software SPSS versão 21.0, o qual analisou os dados referentes aos 108.525 domicílios pesquisados e às 94.114 entrevistas realizadas pela PNS de 2019, avaliando 51 variáveis selecionadas previamente. Além disso, foram calculadas as frequências absolutas, relativas e intervalo de confiança (IC95%) de cada uma das variáveis com relação ao Brasil e por unidade da federação. A partir disso, estimou-se uma prevalência de 2,2%, o que corresponde a 1975 pessoas com AVC, sendo 52,9% mulheres, 48,8% da raça parda e 78,1% de moradia urbana, com 51,3% referindo possuir algum grau de limitação funcional. Ainda, registrou-se maior prevalência na região Nordeste (37%) e, entre os estados da federação, São Paulo apresentou os maiores números (6,53%). Observa-se, portanto, que a prevalência do AVC no Brasil aumentou desde 2013, sendo mais significativa na população feminina, parda, urbana, com baixa escolaridade e na região Nordeste. O aumento da exposição a fatores de risco, aliado às dificuldades no acesso aos serviços de saúde, ressalta a urgência de uma abordagem abrangente e da reestruturação do sistema de saúde para lidar com esse desafio em ascensão.
The stroke stands as the second leading cause of death worldwide. In Brazil, studies on the prevalence of this disease in the country are still limited, but all point to alarming figures, with stroke emerging as one of the primary causes of mortality since 2019. In this context, the National Health Survey (NHS), conducted for the first time in 2013, serves as a crucial tool that compiles data regarding the epidemiology of numerous common health conditions in the country. In 2019, a second edition of the NHS was carried out, providing more recent information on the panorama of Stroke in Brazil, yet these data have not been analyzed. Therefore, this study aims to assess the prevalence of stroke in Brazil by analyzing the 2019 NHS data. The analysis utilized the SPSS software version 21.0, examining data from 108,525 surveyed households and 94,114 interviews conducted by the 2019 NHS, evaluating 51 pre-selected variables. Additionally, absolute and relative frequencies, as well as a 95% confidence interval (CI), were calculated for each variable concerning Brazil and by federal unit. Consequently, a prevalence of 2.2% was estimated, corresponding to 1,975 individuals with Stroke, with 52.9% being women, 48.8% of brown, and 78.1% residing in urban areas, with 51.3% reporting some degree of functional limitation. Furthermore, a higher prevalence was recorded in the Northeast region (37%), and among the federal states, São Paulo exhibited the highest numbers (6.53%). It is observed, therefore, that the prevalence of stroke in Brazil has increased since 2013, with a more significant impact on the female, mixed-race, urban population with lower educational attainment, and in the Northeast region. The rising exposure to risk factors, coupled with challenges in accessing healthcare services, underscores the urgency of a comprehensive approach and the restructuring of the healthcare system to address this escalating challenge.
Dr. Santos, Márcio Bezerra.
Serviços de saúde.
Fatores de risco.
Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Pesquisa Nacional de Saúde (PNS).