O uso de nootrópicos por estudantes de medicina em Alagoas

O uso de nootrópicos por estudantes de medicina em Alagoas

Autor(a)
Freire, Izabela Lúcio Cardoso.
<izabela.freire@arapiraca.ufal.br> Silva, Victor Mariano Alencar e .
<victor.silva@arapiraca.ufal.br>
Ano de publicação
2024
Data da defesa
21/03/2024
Curso/Outros
Medicina
Número de folhas
52
Tipo
TCC - Trabalho de Conclusão de Curso
Local
UFAL, Campus Arapiraca, Unidade Educacional ARAPIRACA
Resumo

Os nootrópicos são um grupo de substâncias heterogêneas que estimulam funções cognitivas como memória, aprendizado, atenção, criatividade e motivação. São aprovados para TDAH, dislexia e narcolepsia. Devido ao seu atrativo efeito cognitivo, há um preocupante aumento no seu consumo no Brasil, principalmente o uso não-prescrito. Estudos demonstram que esses fármacos vêm sendo utilizados de forma não prescrita por estudantes de medicina para melhorar seu desempenho acadêmico. Assim, o objetivo do presente trabalho é avaliar a prevalência e as implicações clínicas do uso desses fármacos por alunos de medicina no estado de Alagoas. O estudo consistiu em uma pesquisa observacional transversal, com metodologia quantitativa, envolvendo estudantes de medicina de cinco instituições em Alagoas. Aprovado pelo Comitê de Ética, número de parecer 6.114.679, contou com a participação voluntária dos alunos, em conformidade com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A coleta de dados foi realizada online, utilizando o Google Forms. Os dados foram analisados estatisticamente utilizando o programa JASP, com tabelas de contingência para variáveis nominais e testes qui-quadrado para prevalências. A pesquisa alcançou 243 participantes, resultando em 224 respostas válidas. Os resultados sociodemográficos revelaram uma predominância do sexo feminino (57,14%), idade entre 18 e 29 anos (90,00%), maioria autodeclarada como branca (50,00%), solteiros (89,73%), sem filhos (92,20%), e a maioria oriunda de Alagoas (73,21%). Quanto aos aspectos acadêmicos, a maioria dos participantes estavam no ciclo básico (45,98%) e com coeficiente de rendimento acadêmico entre 8 e 9 (60,71%). No bloco dos medicamentos, o metilfenidato foi o mais conhecido e utilizado, 14,73% admitiram o uso não prescrito. Quanto aos efeitos adversos do uso do metilfenidato, a maioria dos participantes afirmou conhecê-los (55,00%), sendo o aumento da concentração como principal motivo de uso (84,80%). Entre os participantes que usaram metilfenidato, a maioria relatou ter atingido seu objetivo parcialmente (51,50%). A obtenção do metilfenidato foi principalmente através de amigos (48,50%). O aumento do uso de nootrópicos entre estudantes universitários, como metilfenidato e lisdexanfetamina, reflete a busca por melhor desempenho acadêmico, especialmente no ciclo clínico da medicina. Os participantes admitiram o uso não-prescrito dessas substâncias, adquiridas principalmente por meio de amigos e familiares. Embora os usuários tenham consciência dos riscos, muitos optam pela automedicação para melhorar a concentração. A prevalência do uso de nootrópicos é maior entre estudantes que trabalham e têm filhos, e a idade de início mais comum é aos 18 anos. Diante dos resultados obtidos, este estudo confirma o aumento do uso não-prescrito de nootrópicos entre universitários, visando melhorar o desempenho acadêmico. Embora os estudantes tenham conhecimento da substância e acreditem em melhorias cognitivas, a literatura não confirma esses benefícios em indivíduos saudáveis. É crucial promover debates sobre o tema no ambiente universitário e implementar programas de prevenção e monitoramento do uso indevido de medicamentos. Além disso, o ensino médico deve abordar o uso de substâncias estimulantes.

Abstract

Nootropics are a group of heterogeneous substances that stimulate cognitive functions such as memory, learning, attention, creativity, and motivation. They are approved for ADHD, dyslexia, and narcolepsy. Due to their attractive cognitive effects, there is a worrying increase in their consumption in Brazil, especially non-prescribed use. Studies demonstrate that these drugs have been used non-prescribed by medical students to improve their academic performance. Thus, the objective of the present study is to evaluate the prevalence and clinical implications of the use of these drugs by medical students in the state of Alagoas. The study consisted of a cross sectional observational research with quantitative methodology, involving medical students from five institutions in Alagoas. Approved by the Ethics Committee, opinion number 6,114,679, it had the voluntary participation of students, in accordance with the Free and Informed Consent Form. Data collection was conducted online, using Google Forms. The data were statistically analyzed using the JASP program, with contingency tables for nominal variables and chi-square tests for prevalences. The research reached 243 participants, resulting in 224 valid responses. Sociodemographic results revealed a predominance of females (57.14%), aged between 18 and 29 years (90.00%), majority self-declared as white (50.00%), single (89.73%), childless (92.20%), and mostly from Alagoas (73.21%). Regarding academic aspects, the majority of participants were in the basic cycle (45.98%) and with an academic performance coefficient between 8 and 9 (60.71%). In the medication section, methylphenidate was the most known and used, with 14.73% admitting non-prescribed use. Regarding the adverse effects of methylphenidate use, the majority of participants claimed to be aware of them (55.00%), with increased concentration being the main reason for use (84.80%). Among participants who used methylphenidate, the majority reported partially achieving their goal (51.50%). The acquisition of methylphenidate was mainly through friends (48.50%). The increase in the use of nootropics among university students, such as methylphenidate and lisdexamfetamine, reflects the search for better academic performance, especially in the clinical cycle of medicine. Participants admitted to the non-prescribed use of these substances, mainly acquired through friends and family. Although users are aware of the risks, many opt for self-medication to improve concentration. The prevalence of nootropic use is higher among students who work and have children, with the most common age of onset being 18 years. In light of the results obtained, this study confirms the increase in non-prescribed use of nootropics among university students, aiming toimprove academic performance. Although students are aware of the substance and believe in cognitive improvements, the literature does not confirm these benefits in healthy individuals. It is crucial to promote discussions on the subject in the university environment and implement prevention and monitoring programs for the misuse of drugs. Additionally, medical education should address the use of stimulant substances.

Orientador(a)
Dr.ª Rodrigues, Amanda Karine Barros Ferreira.
Coorientador(a)
Dr.ª Queiroz, Aline Cavalcanti de.
Banca Examinadora
Dr.ª Queiroz, Aline Cavalcanti de.
Dr. Duarte, Alysson Wagner Fernandes.
Dr. Silva, Rafael Rodrigues da.
Palavras-chave
Estudantes - Desempenho acadêmico.
Nootrópicos.
Estudantes de medicina.
Áreas do Conhecimento/Localização
Coleção Propriedade Intelectual (CPI) - BSCA.
Categorias CNPQ
4.00.00.00-1 Ciências da saúde.
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